UE impõe sanções a brigadas do exército sírio por “tortura e assassinatos arbitrários”

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As forças de Damasco continuam a realizar assassinatos sectários e a perseguir minorias na Síria

The Cradle

29 DE MAIO DE 2025

(Crédito da foto: Brigada Sultan Suleiman Shah)

A UE impôs sanções a facções do exército sírio por seu papel nos massacres contra civis alauítas na costa do país no início deste ano.

O diário oficial do bloco informou em 28 de maio que impôs sanções à Brigada Sultan Suleiman Shah, à Divisão Hamza e à Divisão Sultan Murad por terem como alvo “civis e especialmente a comunidade alauíta, inclusive cometendo assassinatos arbitrários”.

O fundador do Sultan Suleiman Shah, Mohammad Hussein al-Jasim, e o chefe da Divisão Hamza, Sayf Boulad Abu Bakr, foram alvo de congelamento de bens e proibições de entrada na UE em decorrência de “graves violações dos direitos humanos na Síria, incluindo tortura e assassinatos arbitrários de civis”, prosseguiu o jornal oficial.

As três facções faziam parte de uma coalizão de grupos armados apoiada pela Turquia que servia como representante de Ancara na Síria, conhecida como Exército Nacional Sírio (SNA). O SNA era composto por vários grupos armados extremistas, incluindo Jaish al-Islam e Ahrar al-Sham. Após a queda de Raqqa em 2017, mesmo ano em que o SNA foi formado, o representante turco incorporou dezenas de combatentes e comandantes do ISIS às suas fileiras.

Desde a queda do governo do ex-presidente sírio Bashar al-Assad no ano passado, as facções do SNA – incluindo as três alvos das sanções da UE na quarta-feira – foram oficialmente incorporadas ao novo exército sírio.

Essas facções estiveram envolvidas nos massacres cometidos pelas forças de Damasco contra civis alauítas na costa síria no início de março. Milhares foram mortos, e os resultados de uma investigação liderada pelo governo sobre os massacres não foram esclarecidos.

De acordo com diversos relatos, o exército e as forças de segurança sírios continuaram a realizar assassinatos sectários, sequestros e perseguições em toda a Síria, visando alauítas e outras minorias.

Ao impor novas sanções, a UE também suspendeu as sanções impostas ao antigo governo sírio na quarta-feira, em linha com a decisão tomada pelos ministros das Relações Exteriores da UE na semana passada para aliviar a Síria da pressão econômica.

O Reino Unido e os países da UE vêm suspendendo gradualmente as sanções à Síria desde o início deste ano. No início deste mês, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a decisão de suspender todas as sanções à Síria.

O processo começará com a emissão de isenções temporárias de sanções.

Uma proposta do Departamento de Estado que circulou entre autoridades estabelece “condições abrangentes para futuras fases de alívio ou levantamento permanente de sanções” à Síria, incluindo a normalização das relações com Israel por meio da assinatura dos Acordos de Abraão, informou a AP em 23 de maio, citando uma autoridade americana anônima familiarizada com o assunto.

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