Semita sou eu, e não Netanyahu

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Por Gilberto Feres Abrão
Eu sou genuinamente semita. Aqueles israelenses de tez branca, os ashkenazim, com traços europeus, não são semitas, nem aqui e nem em Marte. Não têm nenhuma ligação étnica ou característica física com o povo de cor trigueira que habita há milênios na margem oriental do mar Mediterrâneo.
Senão, vejamos. Citemos alguns dos principais líderes da extrema direita de Israel. O criminoso de guerra, Benjamin Netanyahu, (nome original Nathan Mileikowski) é de origem polonesa e educado nos Estados Unidos. Israel Katz, ministro de guerra, é romeno, cujos pais foram salvos de um campo de concentração.
Bezalel Smotrich, o ideólogo da eliminação dos palestinos da Cisjordânia, é ucraniano. Isaac Herzog, presidente de Israel, é de origem irlandesa de pais poloneses.
Vejamos alguns dos antigos, fundadores do Estado sionista. David ben Gurion (nome original David Grün) nasceu em Plonsk, Polônia. Golda Meir, cujo nome original é Golda Mabovitch, nasceu em Kiev, Ucrânia e foi educada nos Estados Unidos. O terrorista Menachem Begin, (nome completo Menachem Wolfovitch Begin) que explodiu o hotel King David em Jerusalém, nasceu em Brest-Litovsk, Bielorrússia. Itzak Shamir, nascido em Ruzany, Bielorrússia com o nome de Icchak Jeziernicky.
Os ancestrais dos ashkenazim (judeus europeus) nunca estiveram na Palestina. São descendentes de tribos da Europa Oriental (os Khazars ou Cazars, ambas as grafias são aceitas) que estavam à procura de uma religião monoteísta e se converteram ao judaísmo no século IX. Em seguida, espalharam-se por toda a Europa e, séculos mais tarde, muitos imigraram para as Américas.
Portanto, a aplicação do termo semita a qualquer deles e de outros milhões de judeus originários da Europa é etnologicamente incorreta. Não são semitas.
Semita sou eu. Semita por parte de pai e mãe. Meus pais eram imigrantes sírios. O que é a Síria senão uma composição de vários povos semitas que se mesclaram durante milênios. A Grande Síria de antes da 1ª Guerra Mundial englobava a atual Síria, o Líbano, a Palestina e parte da Jordânia.
Por conseguinte, eu, – como descendente de sírios – assim como os libaneses e os palestinos, somos descendentes de acadianos, babilônios, assírios, fenícios, hicsos, filisteus, hebreus, amoritas, caldeus, arameus e árabes. Todos povos semitas.
Carrego no meu DNA no mínimo sete mil anos de civilização semita. Eu, ou qualquer camponês libanês ou palestino, ou aquele suado beduíno cameleiro dos desertos da Península Arábica somos mais nobres e temos mais história semítica do que aquele polaco, semita de araque, chamado Benjamin Netanyahu.
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