Relatório: Reunião Sharaa-Netanyahu em preparação para a próxima sessão da ONU

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O Ministro das Relações Exteriores de Israel confirmou que qualquer acordo entre Tel Aviv e Damasco manterá a ocupação ilegal israelense das Colinas de Golã.

The Cradle

30 DE JUNHO DE 2025

(Crédito da foto: AFP)

Um possível encontro entre o presidente interino sírio Ahmad al-Sharaa e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu está sendo considerado para a próxima reunião da Assembleia Geral da ONU em Nova York, de acordo com relatos da mídia israelense.

A Israel’s Broadcasting Corporation (KAN) informou que o encontro ocorreria paralelamente à Assembleia Geral da ONU.

Segundo a KAN, Netanyahu está se preparando para uma visita aos EUA, onde a Síria deverá ser um dos principais tópicos de discussão. Sharaa também planeja participar da Assembleia Geral da ONU em setembro.

Uma fonte síria disse à emissora israelense que a normalização com Israel se tornou uma “prioridade estratégica” para Damasco, visto que Síria e Israel compartilham uma posição comum contra o Irã, o Hezbollah, o Hamas e o movimento Jihad Islâmica Palestina (PIJ).

A fonte afirmou que a condição da Síria nas negociações atuais entre os dois lados é a retirada das forças israelenses do sul do país.

O status das Colinas de Golã, ocupadas ilegalmente, não está em discussão no momento, disse a fonte.

O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse na segunda-feira que “em qualquer acordo de paz, as Colinas de Golã permanecerão parte do Estado de Israel”.

Fontes citadas pelo Al-Akhbar em 30 de junho disseram que “não há consenso real” sobre o assunto dentro do governo sírio.

Dada a controvérsia, o círculo íntimo de Sharaa estaria supostamente promovendo a ideia de uma opção “menos drástica”, como um acordo de segurança, que levaria Israel a retirar suas forças e a Síria a declarar oficialmente o cessar-fogo, disseram as fontes, acrescentando que a Turquia não quer ver a Síria sob total influência israelense.

Um rabino americano que se encontrou com Sharaa no mês passado também confirmou à KAN que um encontro entre Netanyahu e Sharaa é possível se facilitado pelo presidente americano, Donald Trump.

O canal de notícias israelense i24 noticiou em 28 de maio que Tel Aviv e Damasco assinarão um acordo de paz antes do final de 2025.

“Sob os termos do acordo, Israel se retirará gradualmente de todos os territórios sírios que ocupou após sua incursão na zona de amortecimento em 8 de dezembro de 2024, incluindo o cume do Monte Hermon”, escreveu o i24.

Uma fonte síria, em entrevista ao veículo, afirmou que o acordo normalizará completamente as relações entre os dois países, afirmando que as Colinas de Golã se tornarão um “jardim de paz”.

Um dia antes, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump espera que a Síria se torne o próximo país a normalizar as relações com Israel, aderindo aos Acordos de Abraão.

O Conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, confirmou em 24 de junho que Israel mantém comunicação direta e diária com as autoridades interinas da Síria, com o objetivo de explorar a normalização.

Em declarações ao Israel Hayom, Hanegbi afirmou que lidera pessoalmente as negociações “em todos os níveis” com autoridades políticas em Damasco.

A Síria vem reprimindo recentemente as facções da resistência palestina que operavam livremente sob o antigo governo. A repressão ocorre em conformidade com uma lista de exigências dos EUA apresentadas às novas autoridades no início deste ano.

As forças de ocupação israelenses varreram o sul da Síria após a deposição do governo do ex-presidente sírio Bashar al-Assad em dezembro do ano passado, ultrapassando a zona desmilitarizada e expandindo sua ocupação ilegal de décadas no país.

Desde então, Tel Aviv continuou a expandir sua ocupação na Síria e começou a construir bases militares permanentes na região sul do país. Israel afirmou que sua ocupação na Síria será por tempo indeterminado.

Desde a queda do antigo governo, centenas de ataques aéreos israelenses tiveram como alvo a infraestrutura militar pertencente ao antigo exército sírio.

Fonte; The Cradle

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