Por Bechara Aziz Ibrahim

Instituto do Mundo Árabe, em Paris, tem fachada em muxarabi moderno (Foto: Joselu Blanco)
A “retirada dos muxarabis no Rio de Janeiro” refere-se à proibição e desaparecimento desses elementos arquitetônicos, que datam do período colonial, com a chegada da corte portuguesa em 1808. O governo da época decidiu remover os muxarabis, considerados um resquício da colonização, para modernizar a cidade e alinhá-la aos padrões europeus.
Motivos da retirada – Modernização:
Havia um desejo de que o Rio de Janeiro, que se tornaria a sede do império, perdesse seu aspecto provincial e se transformasse em uma cidade europeia.
Adaptação a novos padrões:
A mudança visava adaptar a arquitetura e os costumes locais aos padrões europeus, afastando-se de influências mouriscas, consideradas “antiquadas”.
Contexto histórico – Chegada da família real:

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A proibição dos muxarabis ocorreu logo após a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808.

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Proibição por decreto:
A remoção dos muxarabis foi um processo gradual, mas a solução nacional encontrada foi a sua substituição por vidraças e outros elementos, transformando a paisagem das cidades coloniais, incluindo o Rio de Janeiro.
Consequências -Mudança na paisagem urbana:
A retirada dos muxarabis alterou profundamente as fachadas das construções, tornando as janelas “indiscretas” e eliminando a privacidade que esses elementos proporcionavam.
Inspiração para o cobogó:

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A inspiração para os muxarabis, no entanto, ressurge com a criação do cobogó na década de 1920 no Recife, mostrando a continuidade da busca por elementos que permitam ventilação e privacidade.

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Bechara Aziz Ibrahim, arquiteto.