Ministro das Relações Exteriores da Turquia acusa Israel de “política de desestabilização” na Ásia Ocidental

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Israel bombardeou a Síria centenas de vezes desde a queda do antigo governo e estabeleceu uma ocupação generalizada no sul do país.

The Cradle

17 DE JULHO DE 2025

(Crédito da foto: AA)

O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, acusou Israel, em 16 de julho, de implementar uma política de “desestabilização da região”, após Tel Aviv ter lançado ataques massivos contra Damasco e outras áreas da Síria.

“Israel está seguindo uma política de fato de desestabilização da região. Israel prioriza suas ações em detrimento de sua segurança nacional, ignorando quaisquer normas, regulamentos, leis, soberania ou integridade territorial de outros países da região”, disse Fidan.

“As políticas de Israel representam uma ameaça não apenas para a região, mas também para si mesmo”, acrescentou.

“Israel deve abandonar suas políticas desestabilizadoras antes que seja tarde demais… Os EUA, a União Europeia e os países da região devem pedir a Israel que pare. Caso contrário, é provável que consequências indesejáveis surjam na região”, prosseguiu o ministro das Relações Exteriores turco.

“É inaceitável que Israel se comporte de uma forma que desafie a todos”, disse Fidan, observando que Turkiye “comunicou suas propostas sobre a Síria a Israel por meio da inteligência turca”.

Ele também alertou os militantes curdos apoiados pelos EUA na Síria, que são ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), para não “explorarem o caos” e adotarem um “papel construtivo”.

Os comentários do ministro das Relações Exteriores turco foram feitos após Israel realizar ataques massivos contra o prédio do Ministério da Defesa da Síria e um local próximo ao palácio presidencial em Damasco, sob o pretexto de “proteger” a minoria drusa. Mais de uma dúzia de pessoas foram mortas. Israel continuou a atacar a Síria até altas horas da noite.

Os ataques ocorreram em meio a violentos confrontos entre as forças do governo sírio e combatentes drusos na cidade de Suwayda, no sul do país. Os confrontos chegaram ao fim na noite de quarta-feira, após o anúncio de um acordo de cessar-fogo.

Desde a queda do governo do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, em dezembro, as forças israelenses estabeleceram uma ocupação generalizada no sul da Síria. Também realizaram centenas de ataques aéreos com o objetivo de destruir a infraestrutura militar do antigo exército sírio.

Relatórios do início deste ano indicavam que Ancara buscava reforçar as defesas sírias e, potencialmente, facilitar a criação de uma nova força aérea síria.

Damasco e Tel Aviv têm se envolvido recentemente em negociações sobre possíveis acordos de segurança e normalização.

Também houve conversas recentes entre a Turquia e Israel sobre o estabelecimento de um “mecanismo de desconflito”.

Israel ocupou grandes áreas do sul da Síria após a queda do governo de Assad e, desde então, continuou a expandir sua presença no país.

As forças militares turcas ocupam partes do norte da Síria desde 2016.

Fonte: The Cradle

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