A região da Ásia Ocidental foi “manipulada” pela Grã-Bretanha, França e Estados Unidos ao longo do século passado, afirma o economista americano Jeffrey Sachs, enfatizando que a área estratégica não terá paz até que os Estados Unidos saiam.
Domingo, 13 de abril de 2025,
Sachs fez os comentários no Fórum de Diplomacia de Antalya 2025, na Turquia, onde renomados economistas e especialistas em assuntos globais anualmente fazem críticas à falha política externa dos EUA na Ásia Ocidental.
“Esta região (Ásia Ocidental) tem sido manipulada pela Grã-Bretanha, França e EUA há 100 anos, desde o Tratado de Versalhes”, disse Sachs, referindo-se a um tratado de paz assinado no final da Primeira Guerra Mundial pelas Potências Aliadas e pela Alemanha no Palácio de Versalhes, na França.
“Não haverá segurança nem paz até que os EUA saiam desta região. Se você acha que seu grande amigo, os EUA, vai fazer o que você quer e te ajudar a conseguir o que quer, desista”.
O economista americano destacou as políticas divisionistas adotadas pelo Ocidente na região ao longo dos anos e disse: “Impérios dividem para governar. Eles não estão fazendo o que a Síria, a Turquia, o Líbano ou qualquer outro país quer. Você está pedindo aos EUA para equilibrar o Irã e acha que isso vai dar certo? Não vai dar certo… Você não precisa dos EUA para tirar as castanhas do fogo.”
Repreendendo a inação da comunidade internacional diante dos EUA que estão causando estragos na Ásia Ocidental, Sachs disse: “Não existe uma comunidade internacional. Estamos tentando criar uma, mas ela não existe neste momento. Essa é a tragédia neste mundo; não existe comunidade. Existem interesses, existem forças armadas, existem operações de mudança de regime. Isso não é comunidade, precisamos de uma comunidade de verdade.”
Com base em mais de uma década de desenvolvimentos geopolíticos, Sachs enfatizou que o conflito sírio e a instabilidade regional mais ampla não são resultados apenas de conflitos internos, mas de “intervenções deliberadas lideradas pelos EUA, muitas vezes moldadas por objetivos estratégicos israelenses”.
O comentarista político desafiou a legitimidade moral e estratégica do apoio americano às campanhas militares na Síria e na Faixa de Gaza, descrevendo-as como “obstáculos à paz” e “facilitadores da violência contínua”.
Sachs também pediu aos Estados Unidos que abandonassem as estratégias de mudança de regime e, em vez disso, apoiassem a autodeterminação regional, classificando a medida como uma “mudança que ele acredita que poderia desbloquear a paz em toda a [Ásia Ocidental]”.
Fonte: Press TV