As revelações de Alastair Crooke sobre a vitória do Irã e o cessar-fogo proclamado pelos EUA mudam a imagem da chamada “Guerra dos 12 Dias” e mostram que Israel não está exatamente em posição de dominar o Oriente Médio.
Rede Voltaire | Cidade do México (México) | 16 de julho de 2025
Agora que a fumaça espessa da Primeira Guerra Global de Desinformação de Orwell, repleta de engano e mentiras, começa a se dissipar, o ex-diplomata britânico Alastair Crooke, contrariando a propaganda goebeliana ocidental, revela dados perturbadores [1].
De acordo com Alastair Crooke, ataques cibernéticos massivos e drones originários do Azerbaijão e de Erbil — capital da província autônoma do Curdistão no Iraque, em aliança com o grupo terrorista renegado MEK (Mujahideen-el Khalq) —, além de poderosos softwares terrestres e de satélite dos EUA, fizeram parte do pérfido ataque israelense ao Irã.
O ataque israelense ocorreu um dia após a cumplicidade do argentino Rafael Grossi, o ignominioso diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) — acusado tanto pelo Irã quanto pela Rússia de ser um agente vulgar do Mossad — e às vésperas das negociações fraudulentas de Teerã com os Estados Unidos.
Os ataques pérfidos — que Alastair Crooke insiste terem sido vários anos de preparação interna/regional — paralisaram o país persa por oito horas, afetando seus sistemas de defesa. Israel e os Estados Unidos buscavam o nocaute.
O Irã conseguiu se recuperar para conter os ataques — principalmente de células adormecidas do Mossad, que vinham se preparando há anos — e infligir graves danos a Israel — ocultados pela censura totalitária do governo Netanyahu — que, segundo o ex-agente da CIA Larry Johnson e o ex-inspetor nuclear Scott Ritter — em suas respectivas entrevistas com o famoso Juiz Napolitano —, alegaram ter danificado um terço (megassic!) de Israel.
Segundo Alastair Crooke, Israel infligiu danos significativos ao Irã — o assassinato por controle remoto de 30 altos oficiais militares, semelhante à decapitação da liderança do Hezbollah no Líbano, e de 11 importantes cientistas nucleares e suas famílias, devido à espionagem do argentino Rafael Grossi, que forneceu ao Mossad suas localizações residenciais.
Alastair Crooke descarta a propaganda ditirâmbica de Trump de que ele destruiu o programa nuclear civil do Irã. Na melhor das hipóteses, aguardando evidências relevantes, o programa foi adiado por semanas ou meses, no máximo, caso o Irã decida construir a bomba nuclear, que não possui, inventada por Netanyahu há 30 anos (sic). Alastair Crooke cita extensivamente o ceticismo sobre a destruição por parte do grande cientista Ted Postol, do MIT. Alastair Crooke acredita que o ataque cibernético massivo já foi exposto e não será fácil repeti-lo.
Ao contrário do que os goebbelsianos da mídia ocidental estão divulgando, sob controle israelense, as defesas aéreas do Irã estão agora totalmente operacionais, mesmo com o país recebendo novos sistemas de defesa aérea da China.
Alastair Crooke adota a tese do teatro Kabuki, conjecturada por Scott Ritter e por mim: os americanos avisaram os iranianos com antecedência — sobre o bombardeio das três usinas nucleares em Natanz, Isfahan e Fordow — talvez por meio da embaixada suíça em Teerã ou por meio de Omã.
Na época, argumentei que o Irã havia transferido 400 kg de urânio enriquecido a 60% para outro local e que, estranhamente, nenhuma radiação havia sido detectada. Alastair Crooke descarta a pérfida inspeção da AIEA pelo argentino Rafael Grossi, que utilizou o programa de inteligência MOSAIC da Palantir contra o Irã [2].
Segundo Alastair Crooke, a resposta do Irã, por meio de seus mísseis hipersônicos indetectáveis e imparáveis, foi muito severa, atingindo até mesmo a sede do Mossad em Herzliya, além de destruir o Instituto de Ciências Weizmann e a refinaria no porto de Haifa.
Alastair Crooke afirma que os americanos (mega-sic) e os israelenses dispararam 93 mísseis defensivos THAAD (Defesa Térmica de Área de Alta Altitude) avaliados em US$ 1,2 bilhão, porém estes se mostraram obsoletos e não conseguiram bloquear o ataque dos misseis iranianos.
Foram os israelenses que imploraram a Trump que pedisse um cessar-fogo com a mediação de Omã. Hoje, não faltam críticos dentro e fora do Irã que atacam Teerã que jamais deveria ter concordado com o cessar-fogo quando este colocava Israel em apuros.
Alfredo Jalife-Rahme
Fonte La Jornada (México)
1] «Tout ce que vous devez savoir sur la guerre avec l’Iran (avec Alastair Crooke)», The Chris Hedges YouTube Channel, 11 de julio de 2025.
[2] «El argentino Rafael Grossi, director del OIEA, estuvo a punto de desencadenar una guerra nuclear», por Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada (México), Red Voltaire, 28 de junio de 2025.