Exposição História, Arte e Cultura do Irã

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Pode ser uma imagem de ‎3 pessoas e ‎texto que diz "‎EXPOSIÇÃO ایرانی وتاریخ فرصنف ARTE Cultura «ازیر_فزضهنک_ادقتارهچخایرانی Ό istóri do IRÃ 30/09/25 à 9/10/25 Abertura: 30/09 às 16 horas Alesp LEGELATINA Espaço IV Centenário Av. Pedro Alvares Cabral, 201 Paraíso- São Paulo SP INSTITUTODE NISTITUTODEAN MIZADE BRASIL-IRA CONSUNADOCILTORAL MAURICI DEPUTADOESTADUAL DEPUTADO ESTADUAL‎"‎‎

 

Por Sergio Rizek

É um prazer estar entre companheiros tão qualificados e representativos para um propósito tão nobre. E uma honra estar presente para celebrar esta exposição da arte e da cultura iranianas no Brasil. É sem dúvida um evento raro e muito auspicioso, pois a arte, por sua natureza, por sua universalidade, ultrapassa as barreiras do tempo, do espaço e do idioma; a arte é um instrumento essencial para a compreensão e o diálogo entre as diferentes culturas e civilizações.

 

Desde as décadas de 1940 e 1950 grandes nomes da literatura brasileira já aproximavam as duas culturas, grandes poetas persas como Saadi, Omar Khayyam e Hafez foram traduzidos por Aurélio Buarque de Hollanda, Otávio Tarquinio de Souza e grande Manuel Bandeira, que compôs “Gazal em louvor de Hafiz”, assim como Cecília Meireles viria homenagear Omar Khayyam com seu poema “3º Motivo da Rosa”. Desse modo, a literatura persa se fez mais conhecida e popular na cultura brasileira do século XX. Outros ecos da poesia persa se fizeram ouvir em outros autores como Jorge Luiz Borges, e Ítalo Calvino, para ficar apenas nos mais recentes e conhecidos.

Há 40 anos, por uma sorte inexplicável, como autodidata comecei a estudar, traduzir e publicar os poetas clássicos persas do século XIII, como Farid uddin Attar, Jalal uddin Rumî, Hakim Sanai, além de Omar Khayyam e Saadi entre outros… todos eles poetas, filósofos, teólogos, cientistas e mestres espirituais, cujas luzes ainda hoje iluminam meu caminho. Ítalo Calvino, ao perguntar Por que ler os clássicos, nos responde que clássica é uma obra que nunca terminou de dizer o que tinha a dizer, que chega até nós trazendo os traços deixados nas culturas que atravessou, que “persiste como rumor mesmo onde predomina a atualidade mais incompatível”, que serve para ser confrontada, de modo a entendermos quem somos e aonde chegamos.

Sem grande esforço ou erudição, ao ler os poetas místicos persas, fica evidente que suas obras, juntamente com o Alcorão, claro, enunciam valores que constituem o coração do Islam, como a busca da verdade, da justiça e da paz, NESTA ORDEM! São princípios civilizatórios que incluem a tolerância, e a busca por unidade no reconhecimento da pluralidade e da diversidade.

Em tempos tão sombrios de banalização da morte, em que assistimos o covarde genocídio do povo palestino (e quem diz isso é o tribunal da ONU) e a agressão injustificável ao povo iraniano e libanês, a literatura, a poesia e a beleza, enfim, parecem não ter lugar ante a crueldade, a perversidade e a maldade que corrompem o coração dos homens. Mas de fato a arte e a beleza são os escudos que nos protegem da desumanização e integram nossa trincheira, nossa flotilha, nossa SUMUD, um meio de resistência e resgate de nossa própria humanidade.

Enfim, no contexto atual, sobretudo, é urgente aprofundar e fortalecer nossos laços de amizade e solidariedade por meio de um intercâmbio cultural cada vez mais efetivo. Creio que esta exposição é um passo importante na consolidação deste propósito!

Sergio Rizek / Attar Editorial – 30/09/2025

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