
Safia Antoun Saadeh
Antoun Saadeh personificava a tragédia de sua nação, que vivia sob o jugo da ocupação desde o início do século XVI. Mal se livrava de um opressor, outro colonizador a invadia, apoderando-se de seu espírito, sua civilização, seus recursos naturais e sua produção. Os ocupantes olhavam para a Síria geográfica com inveja, humilhando-a, dilacerando-a, enquanto os habitantes se submetiam sem resistência notável, obcecados como estavam com suas divisões internas. Ainda não haviam alcançado o estágio de formar um Estado nacional através do qual pudessem se sentir um só corpo com um destino único. Assim, alguns permaneceram submissos aos otomanos por causa de sua afinidade religiosa com aquele império, enquanto outros acolhiam estrangeiros ocidentais — também em nome da religião. Nenhum dos lados cogitava unir-se aos seus compatriotas que compartilhavam a vida na mesma terra há milhares de anos.
Antoun Saadeh, ainda criança, estava sozinho na Escola Brummana, recusando-se a hastear a bandeira turca/otomana no mastro erguido no pátio da escola.
Mais tarde, no final da Primeira Guerra Mundial, ele desafiou os anciãos de sua comunidade enquanto discutiam sobre quem era o mais adequado para governá-los: os franceses, os britânicos ou os otomanos. Ele perguntou-lhes
inocentemente:
“Não seria melhor se nos governássemos a nós mesmos e conquistássemos nossa própria independência?”
Fonte: Saadeh Cultural Foundation
https://saadeh.info/article-detail/antoun-saadehs-vision-part-1
