A Visão de Antoun Saadeh (7) “Suraqia” ou “Síria Geográfica”

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Grande Síria - Wikiwand

Por Safia Saadeh

Muitos perguntam por que o nome “Síria Natural”, cunhado por Antun Saadeh — o fundador do Partido Nacionalista Social Sírio — foi posteriormente substituído por “Suraqia”. Os motivos são múltiplos:
Primeiro, quando Saadeh definiu as fronteiras geográficas da Síria histórica na década de 1930, ele ainda não havia incluído o Iraque em sua concepção dessa unidade. Mas, em 1947, ele revisou sua compreensão das fronteiras da nação, reconhecendo, por fim, o Iraque como parte desse contínuo civilizacional. Alguns camaradas então lhe perguntaram se o nome deveria ser alterado para refletir essa nova realidade. Ele respondeu que poderia chamá-la de “Suraqia”. No entanto, o tempo o alcançou — ele foi assassinado dois anos depois — e, portanto, não pôde revisar formalmente o nome. (Antun Saadeh, Obras Completas, Beirute: Fundação Saadeh, 2001, vol. 3, p. 455; vol. 6, p. 444.)

Em segundo lugar, como o Iraque agora faz parte da “Síria Natural”, torna-se necessário mudar o nome para “Suraqia”, que significa a união do Levante e do Iraque. A dimensão do Iraque e a escala de sua população nos obrigam a reconsiderar o nome, uma vez que o termo original não incluía o Iraque em sua estrutura nacional. “Suraqia” é a unidade nacional que buscamos — uma que ainda não alcançamos.

Em terceiro lugar, quando o movimento nacionalista aparece sob o nome de “Partido Nacionalista Social Sírio”, muitos acadêmicos e pensadores — especialmente estrangeiros — presumem erroneamente que o partido é meramente um movimento “sírio” limitado à Síria atual, conforme reduzida pela divisão Sykes-Picot. Esse mal-entendido leva muitos a interpretarem mal a causa e desencoraja pessoas de outras regiões a se juntarem ao partido — isso aconteceu particularmente entre os iraquianos.
Em quarto lugar, se a região se unisse na forma de uma federação ou confederação, seus cidadãos precisariam de documentos de identidade e passaportes nacionais. Seria impossível colocar o nome “Síria Natural” nesses documentos, assim como teria sido impossível usar o termo “Grande Líbano” depois que os franceses o inventaram no final da Primeira Guerra Mundial. Retirar “Natural” e manter apenas “Síria” ainda causaria confusão, como observado acima, e seria injusto para o Iraque e para outras entidades que hoje estão fora do que é conhecido como “Síria Natural” ou “Grande Síria”.
No final, o objetivo não é o nome em si, mas a construção de uma estrutura cooperativa e solidária — econômica, social e política — entre as entidades existentes.

Fonte: enviado por Safia Saadeh

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