
Museu do Holocausto
Quando os nomes no monumento se conclavam…
por Mohammed Hadjab
Dizem que, na encosta oeste do Monte Herzl, em Jerusalém, ergue-se um monumento. Um monumento de nomes. Nomes sem corpos, gravados na pedra, testemunhas silenciosas de uma terrível Nakba, de uma Shoá, de uma catástrofe nascida da barbárie nazista.
Uma semana depois, marcam um encontro diante do Yad Vashem. Mas, ao chegarem, deparam-se com uma mudança radical: o nome se alterou. Agora, o monumento chama-se apenas “Yad”, sem “Shem” — um “monumento”, sem “nome”.
Resta apenas uma inscrição, gravada num hebraico moderno, trêmulo:
> O sangue inocente derramado na Palestina grita mais alto que nossas pedras.
> Como repousar em paz, enquanto outros tombam por nossa causa?
> Decidimos abandonar este monumento, > ceder nossos nomes aos irmãos e irmãs que vocês hoje exterminam.
> Não em nosso nome.” E assim os nomes desapareceram da pedra, levando consigo o silêncio dos justos.
Assim falaram as vítimas.
Mohammed Hadjab, analista em relações internacionais e geopolítica
O texto não representa necessariamente a opinião do Oriente Mídia
Fonte: Jornal GGN.