Israel afirma que os fundos seriam transferidos para grupos de resistência palestinos em Gaza
The Cradle: 28 DE DEZEMBRO DE 2023

Soldados israelenses patrulham perto da cidade de Tulkarm, na Cisjordânia, onde dois palestinos teriam sido mortos durante confrontos com as forças israelenses em 5 de outubro de 2023. (Foto de Zain Jaafar/AFP)
As forças israelenses invadiram casas de câmbio na Cisjordânia ocupada e confiscaram 10 milhões de shekels (2,8 milhões de dólares), acusando os escritórios de transferirem dinheiro para os movimentos de resistência palestinos Hamas e Jihad Islâmica Palestina (PIJ) em Gaza, informou a Press TV a 28 de Dezembro.
A Rádio do Exército Israelense anunciou que os fundos foram apreendidos em nove lojas em Ramallah, Jenin e Hebron na quinta-feira.
As lojas são filiais de cinco casas de câmbio na Cisjordânia, que o Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, designou como “organizações terroristas” por alegadamente transferirem fundos para o Hamas e a PIJ.
Numa publicação na plataforma de redes sociais X, o exército israelense partilhou um vídeo das suas forças perfurando um cofre num dos escritórios para confiscar os fundos.
Israelense também confiscou documentos, telefones, dispositivos de gravação e cofres, ao mesmo tempo que raptou 21 pessoas em ligação com as alegadas transferências de dinheiro.
Enquanto isso, a ONU divulgou na quinta-feira um relatório no qual instava Israel a “acabar com os assassinatos ilegais” contra a população palestina.
“O uso de táticas e armas militares em contextos de aplicação da lei, o uso de força desnecessária ou desproporcional e a aplicação de restrições de movimento amplas, arbitrárias e discriminatórias que afetam os palestinos são extremamente preocupantes”, disse o chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, num comunicado.
“A intensidade da violência e da repressão é algo que não se via há anos.”
O relatório documentou um “aumento acentuado” de ataques aéreos, bem como de incursões em campos de refugiados e outras áreas densamente povoadas entre 7 de Outubro e 20 de Novembro, resultando em “mortes, feridos e danos extensos” às infra-estruturas civis.
O relatório documentou um “aumento acentuado nos ataques aos colonos” nas semanas que se seguiram ao início da guerra em Gaza, a 7 de Outubro, incluindo “tiroteios, incêndios de casas e veículos e arrancamento de árvores”.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse ter verificado as mortes de 300 palestinos, incluindo 79 crianças, mortos por Israel de 7 de outubro a 27 de dezembro na Cisjordânia ocupada e na anexada Jerusalém Oriental.
Fonte: The Cradle