Vingança da Europa por derrota na Síria? 2

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Por Natalia Forcat.

Os ministros de Exterior dos 28 membros da União Europeia (EU), por decisão unânime mas não convincente , incluíram o braço militar do Movimento de Resistência Libanesa Hezbollah na lista de grupos considerados “terroristas”. Segundo fontes diplomáticas presentes na reunião, Reino Unido, França, Alemanha, Holanda e Portugal impulsionaram a proposta apesar do receio de outros países da EU.

A UE justificou a medida usando como pretexto um atentado terrorista contra turistas israelenses acontecido na Bulgária em julho de 2012, que tem sido atribuído ao Hezbollah embora não exista qualquer indício que conecte o partido libanês ao ato. Um mês atrás, o Premiê búlgaro Kristian Vigenin afirmou a inexistência de qualquer prova que relacione o Hezbollah ao atentado causando constrangimento à prevista decisão da UE. Analistas consideram que o atentado na Bulgária não passa de uma “cortina de fumaça” e seria apenas um “castigo” pelo fato do Hezbollah, reconhecido legalmente como movimento de resistência pelo Líbano, ter apoiado as ações do Exército Sírio em específico na fronteira nordeste do Líbano e na recuperação da estratégica cidade de Al-Qusair.  As consecutivas e progressivas derrotas dos fundamentalistas, mercenários e gangues armadas têm irritado alguns aliados dentro da UE e patrocinadores declarados do Golfo.

Há anos, o lobby sionista tenta sem sucesso, que o Hezbollah seja incluído na lista dos grupos terroristas, mas depois das vitórias alcançadas pelo Exército Sírio apoiado por grupos operacionais do grupo libanês e, principalmente, após o confisco de grandes quantidades de armas destinadas aos mercenários caíram nas mãos do Hezbollah, parece que os interesses sionistas convenceram os europeus e acabaram coincidindo. Tanto a França como o Reino Unido, que têm prestado todo tipo de apoio às gangues de terror como o Exercito Sírio Livre e Al-Nusra, resolveram se “vingar” do Hezbollah e, acalmar a irritação de Israel que sofreu o bloqueio de doações cooperativas para os assentamentos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Hora tapa, hora beijo.

Criticas à decisão européia

Enquanto EUA e Israel comemoram a medida da UE, o Movimento de Resistência Hezbollah, emitiu um comunicado qualificando de “agressiva” e “injusta” a medida da UE. O presidente libanês, Michel Suleiman, também criticou a medida da UE e solicitou ao bloco que reconsidere a decisão. O Ministro de Exterior do Irã, Ali Akbar Salehi desaprovou a medida. “Teerã, ao condenar a medida adotada por parte da UE contra o Hezbollah, considera que esse tipo de decisões não mudará a natureza popular do Movimento de Resistência do Líbano e, definitivamente, está no marco dos interesses ilegítimos do regime israelense”, afirmou o ministro iraniano. Já o braço político da comunidade judaica argentina (DAIA) saudou a decisão e fez questão de lembrar que o Hezbollah é um dos grupos acusados (novamente sem qualquer prova ou evidência) pelo atentado à AMIA.

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2 thoughts on “Vingança da Europa por derrota na Síria?

  1. Responder Fuad Achcar jul 23,2013 10:56

    O Hezbollah é um partido político com diversas cadeiras no Parlamento libanês, com grande trabalho social dedicado ao povo de seu país e, principalmente, o guardião da fronteira sul do Líbano. Só gente mal intencionada para imaginar que faria um ataque contra alvos civis, em especial simples turistas em algum país da Europa, quando o próprio presidente desse país reconheceu que não tem evidências, muito menos provas, que tenha sido o autor.
    A UE bancou politica e militarmente, via OTAN e com fornecimento de armas, a destruição da Síria e a deposição do Presidente Dr. Bashar Al Assad e perdeu e pretende atingir seus aliados, como o Hezbollah, que em Al-Qusair impediu que os terroristas mercenários se refugiassem no Líbano.

  2. Responder Carlos Tebecherani Haddad jul 30,2013 7:30

    Seria importante, nesse contexto, que a União Européia também considerasse entidade terrorista o exército do Iraque, que está combatendo a Al Noussra e Al Qaeda nas fronteiras com a Síria. O Iraque fechou os postos de fronteira e está patrulhando fortemente os seus limites com a Síria, impedindo que os mercenários terroristas que agem em território sírio fujam para o Iraque. E que os que estejam em território iraquiano possam ir até a Síria para praticar os seus atos criminosos.

    Portanto, estando o exército do Iraque ajudando o Exército Árabe Sírio nas fronteiras, como fez o Hizbullah, nada mais coerente para a União Européia fazer esse decreto com relação ao país mesopotâmico.

    Todavia, e definitivamente, quem merece, com todos os méritos e gáudios, esse título e qualificativo de ENTIDADE TERRORISTA são os Estados Unidos, Qatar, Arábia Saudita, Israel (mormente, por tudo o que fez, faz e fará), que APOIAM, TREINAM, ARMAM e FINANCIAM ABERTA E DECLARADAMENTE grupos que a ONU declarou serem TERRORISTAS, como a frente Al Noussra, ligada a Al Qaeda.

    Então, se esses países não são considerados terroristas, não se deve dar maior ênfase ou atenção à “dor de cotovelo” da União Européia.

    Se essa organização, a UE, tivesse algum valor, os seus países membros não estariam, QUASE TODOS, Inglaterra inclusive, QUEBRADOS e FALIDOS.

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