Uma história de ocupação,sequestro, assassinato e vingança 1

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gaza41 Comitê  Estado da Palestina Já!

            O Comitê “Estado da Palestina Já!”, entidade formada no ano de 2011, por ocasião do primeiro requerimento pela proclamação do Estado Palestino, dentro das fronteiras de 1967 na Organização das Nações Unidas (ONU) condena de modo veemente todas as manifestações de violência, desde o sequestro dos três adolescentes israelenses na cidade de Hebron como os atuais ataques à Faixa de Gaza, território palestino.

De modo à esclarecer o público brasileiro, o presente Comitê, vem a público detalhar os últimos acontecimentos em Israel a na Palestina e reiterar que, muito infelizmente, mais um novo capítulo de violência é instaurado nos territórios palestinos ocupados, com início, mais especificamente na cidade de Hebron na Cisjordânia e, nos últimos dias, espalhado por todo o território palestino. Dessa vez a história é a seguinte: três jovens israelenses, filhos de colonos residentes em Hebron haviam sido sequestrado quando se deslocavam para a suas yeshivat, escola de religião judaica, nas proximidades do assentamento onde residiam, Gush Etzion, desde então e, conforme é comumente adotado pelo governo de Israel, foi imediatamente instaurado um Estado de exceção em Hebron e arredores, com cerca de 500 prisões administrativas, dezenas de casas destruídas e dezenas de palestinos assassinados pelas Forças de Segurança de Israel (IDF), sendo muitos deles menores de idade, além de um clima de medo e terror sem precedentes. Logo o estado de tragédia e calamidade foi se expandindo por toda a Palestina ocupada e os primeiros ataques pelo alto, à Faixa de Gaza foi iniciado mais uma vez.

A notícia de que os três meninos haviam sido encontrados mortos no dia 29 de junho, permitiu imediatamente que o governo de Israel, utilizasse muito oportunamente o trágico acontecimento a fim de implementar uma agenda política que envolve uma retaliação extremamente violenta e desproporcional contra toda a sociedade civil palestina e, sobretudo contra a sua juventude. Na noite do dia 1º de julho o território da Faixa de Gaza que há anos sofre por um rígido embargo financeiro e comercial, já havia sido atacado 30 vezes, em “resposta” ao assassinato dos três adolescentes, isso porque, mesmo que sem provas reais, o governo de Israel acusa o Hamas pela autoria dos crimes cometidos.

Até o dia 10 de julho, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, a punição coletiva, formada por dezenas de ataques aéreos na Faixa de Gaza já mataram 84 pessoas (22 menores de idade e um bebê) e deixaram outras 550 pessoas feridas, centenas de casas destruídas e uma crise de abastecimento médico urgente.

Ainda, muito embora o presidente da autoridade palestina Mahmoud Abbas condenasse publicamente o sequestro e o assassinato dos três adolescentes, como de costume, o governo de Israel, ao invés de instaurar um devido processo legal, a fim de investigar os reais responsáveis pelos crimes e assim fazer justiça, decidiu instantaneamente promover ações de terror, impingindo inúmeras ações de cunho racista e diversas perseguições em Israel, nos territórios ocupados e mesmo nas redes sociais, com manifestações indiscriminadas de ódio aos palestinos e uma crescente e assustadora apologia à vingança e ao uso da violência.

Toda a onda de violência existente e as perseguições de grupos juvenis de extrema-direita israelense, foi também responsável pelo sequestro, tortura e assassinato de Muhammad Hussein Abu Khdeir, jovem palestino de 16 anos, no caminho de uma mesquita, ainda no dia 01 de julho, cuja barbaridade foi constatado em um recente laudo pericial, capaz de comprovar que o jovem havia sido queimado quando ainda estava vivo.

Mesmo diante da evidência de inúmeros tipos de violações, notamos na contra mão dos acontecimentos que, as informações constadas, sobretudo nos meios de comunicação de massa vem enfatizando tendenciosamente a culpa dos palestinos e seus grupos extremistas pelos fracassos nas tentativas de acordos e diálogos de paz e ainda, de uma maneira indireta omitir os inúmeros assassinatos de jovens palestinos desde a fundação do Estado de Israel, de forma a destacar a notória diferença no tratamento entre palestinos e israelenses.

E, justamente por isso, nos sentimos no dever de esclarecer o público sobre a existência e permanência de todo um histórico de ocupação ilegal dos territórios palestinos desde 1948, a perpetuação de inúmeros crimes de genocídios e limpeza étnica, a questão ainda insolúvel dos refugiados, existência de check in points, assentamentos e a manutenção de um extensivo Muro. Nesse sentido, não é de maneira alguma leviana concluir que os verdadeiros culpados pelos assassinatos dos três jovens israelenses é tão somente o Estado de Israel, sua política insustentável pela ótica da comunidade internacional e o seu exército. Israel é o maior inimigo dele mesmo.

Todas as ações que assistimos hoje tendem a prejudicar a tão almejada unidade palestina, a união dos maiores partidos palestinos Fatah e Hamas e pior, torna o projeto do futuro Estado palestino ainda mais distante, assim como a paz e a coexistência na região, o que lamentamos e, por fim, nós, do Comitê “Estado da Palestina Já!”, condenamos.

 

 

                       São Paulo, dia 10 de julho de 2014

 

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Um comentário sobre “Uma história de ocupação,sequestro, assassinato e vingança

  1. Responder Jorge jul 15,2014 13:42

    Ué? Nao vi nenhum comentário sobre os mais de 2000 misses que foram lançados pelo Hamas (Grupo terrorista palestino) nos últimos 2 anos sobre o território de Israel. Sendo mais de 500 somente na última semana.

    Também faltou informar que a polícia de Israel identificou os assassinos dos 3 garotos e solicitou a Autoridade Palestina que fossem julgados, o que nao aconteceu. O Israelense que assassinou o garoto árabe foi imediatamente identificado, preso e está sendo julgado.

    Se o site tem o “intuito claro de manter a imparcialidade”, como consta na seção “Sobre nós”, devem publicar artigos que mostrem os dois lados deste problema.

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