Tido como grupo extremista mais rico do mundo, Estado Islâmico usa caminhões pipa para transporte de commodity no mercado negro
Dezenas de caminhões pipa que transportam petróleo deixam Raqqa, capital petrolífica da Síria atualmente sob controle do EI (Estado Islâmico), a cada hora, dando lucro de US$ 1 milhão por dia ao grupo extremista, revelou nesta segunda-feira (17/11) um funcionário da refinaria de petróleo na cidade ocupada, à RT.
De acordo com Abu Al-Hakam, parte do petróleo de Raqqa permanece na região, enquanto a maior porção da commodity é direcionada para o mercado negro.
Efe
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Com aumento de lucros, o líder Abu Bakr al-Baghdadi anunciou criação de moeda própria do grupo na semana passada
Com um patrimônio estimado em US$ 2 bilhões, o Estado Islâmico é tido como o grupo terrorista mais rico do mundo. A maior parte da riqueza vem de campos de petróleo nas regiões de Síria e Iraque que estão sob seu domínio.
Al-Hakam acredita que a campanha liderada pelos EUA contra o EI na Síria poderia ter sido mais bem sucedida se os alvos fossem direcionados de forma mais eficiente. “Eles só atingem algumas bases e a maior parte delas está vazia”, explica. “Isso é vergonhoso para os norte-americanos, pois todos sabem onde as refinarias de petróleo se situam. Até uma criança síria sabe disso”, acrescenta.
Calcula-se que os membros da organização consomem metade da produção e vendem o resto por um preço entre US$ 25 e US$ 60 o barril. Tal valor aponta como o produto é competitivo no mercado, já que, nas últimas semanas, a queda das cotações internacionais do petróleo chegou a US$ 60 cada barril.
Com preço abaixo do mercado internacional, o petróleo é a principal fonte de dinheiro e de armas do EI. Em vista dos lucros, o grupo sunita anunciou recentemente planos para criar sua própria moeda.
No mês passado, a Bloomberg havia divulgado um estudo que estimava que o califado islâmico instalado no Oriente Médio ganhava cerca de US$ 2 mi (RS 4,95 mi) por dia com a venda de petróleo no mercado negro, mas não citava suas operações logísticas.
O grupo extremista sunita produz entre 50 e 60 mil barris diariamente, de acordo com esse estudo. Por ano, tal quantia pode representar um ganho de até US$ 800 milhões.