Uma virada histórica de página 1

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Por Assad Frangieh.

“Pequeno Passo para o Homem, Gigante para a Humanidade”. A frase é atribuída a Neil Armstrong logo que pisou na Lua. Transferir seu sentido ao mundo da Política talvez não seja um exagero. O confronto entre o Irã e o Ocidente é datado antes da Revolução Islâmica em 1979 na época que o Xá Mohamad Reza Pahlevi demonstrou o interesse em entrar no clube dos países com domínio e uso da Energia Nuclear. Os termos do acordo assinado em Genebra é um reconhecimento explícito do Direito do Irã usufruir da tecnologia nuclear e uma virada de página que durou 34 anos com ações que deflagraram guerras, assassinatos, boicotes econômicos, corridas armamentistas e consequentemente sangue e suor retardando a prosperidade e a convivência pacífica entre povos do Oriente e do Ocidente.

Em Política Internacional não há espaço para romantismo ou senso humanitário que o bem sempre vencerá. Os bons acordos são produtos de equilíbrio de forças nos quais não há vencedores ou vencidos absolutos. O mundo com multipolaridade colocou fim a onipotência liderada pelos Estados Unidos e seus aliados no velho continente. As guerras que não geram prosperidade econômica aos agressores tornam-se um fardo de difícil carregamento e um campo fértil para adversários mais duros. O que define a política externa dos Estados Unidos e consequentemente a mobilização de suas forças armadas são suas necessidades de uma economia forte de produção e consumo. Na Ásia, quaisquer entendimentos que ignoram os interesses russos, chineses e iranianos, representam um desgaste para a economia dos Estados Unidos e a Comunidade Europeia. Nesse contexto que a administração da Casa Branca superou os gritos de Israel e da Arábia Saudita e preparou a diplomacia para virar uma página de confrontos e iniciar uma fase de entendimentos. O próximo passo dos aliados que estão contra os Estados Unidos, em específico em Tel Aviv e em Riad, é embarcar nas mudanças ou serem eles mesmos mudados.

O acordo de Genebra “iraniano” é o prelúdio de um Genebra “sírio” cujo lema será a Guerra ao Terrorismo representado pelos movimentos idealizados pela Al-Qaeda e o islã takfirista espalhado desde a África até a Ásia e potencial possibilidade de contaminar a Europa. A resistência dos povos da Síria, do Iraque e do Líbano foram alguns dos ingredientes não vistos nos acordos do P5+1 com o Irã, mas certamente foram os ingredientes que deram o tempero a tudo.

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Um comentário sobre “Uma virada histórica de página

  1. Responder Fuad Achcar nov 26,2013 12:45

    Minha preocupação será o Irã “mudar de lado” na questão Síria, aproveitando esse acordo que liberou alguns bilhões de dólares que estavam bloqueados em bancos americanos e europeus.

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