ONU: Crianças de 5 anos estão sendo recrutadas pelo Estado Islâmico para lutar na Síria

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Amos fez a declaração em pronunciamento nesta segunda-feira (15) ao Conselho de Segurança

Rádio ONU / UOL 16 Dezembro de 2014 – 16:50

Foto: Reprodução

Valerie Amos, chefe do Escritório de Assistência Humanitária da ONU

Valerie Amos, chefe do Escritório de Assistência Humanitária da ONU

A chefe do Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária (Ocha), Valerie Amos, afirmou que até agora, quase 200 mil pessoas morreram no conflito na Síria e cerca de 1 milhão ficaram feridas.

Amos fez a declaração em pronunciamento nesta segunda-feira (15) ao Conselho de Segurança, o segundo em menos de um mês, sobre a situação no país árabe.

Crianças

A chefe do Ocha disse que atualmente 12,2 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, 2,9 milhões a mais do que em fevereiro.

Ela declarou que quase metade da população está deslocada, um total de mais de 7,6 milhões. Isso representa 20% dos deslocados em todo o mundo. Amos afirmou ainda que mais de 3 milhões de sírios estão refugiados nos países vizinhos.

Ela alertou que 5,6 milhões de crianças necessitam de ajuda imediata. Amos afirmou que esses menores continuam sendo assassinados, torturados e sujeitos a violência sexual por todas as partes envolvidas no conflito.

A chefe do Ocha citou relatos de crianças sendo executadas em público, particularmente pelo grupo Estado Islâmico. Ela contou que crianças de apenas cinco anos estão sendo treinadas para combate em um campo da região de Ar-Raqqa.

Segundo Amos, “o conflito na Síria não está acabando somente com o presente do país, mas está destruindo o futuro da nação”.

Resoluções ignoradas

A chefe humanitária declarou que as resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança para que governo e grupos armados sírios parem de lutar e respeitem os direitos humanos foram ignoradas.

Amos explicou que em muitas regiões do país a violência piorou com os civis pagando um preço muito alto pela crise. Muitos são mortos ou feridos, eles sofrem também traumas psicológicos, deslocamentos e danos a suas casas e propriedades.

Palavras

Ela disse ainda que meninas de apenas 12 anos estão sendo capturadas por membros do Estado Islâmico para servirem como escravas sexuais, além disso, o número de casamentos forçados também está aumentando na região.

Amos declarou que “não existem mais palavras para explicar a brutalidade, a violência e o desprezo pela vida humana que representam a marca registrada dessa crise”. Segundo ela, a comunidade internacional está paralisada com o impacto dos números, do alcance regional e do impasse político”.

Amos apelou aos países que encontrem uma solução política para o fim da guerra civil na Síria e pediu às partes em conflito que respeitem as resoluções impostas pelo Conselho de Segurança dizendo que “até mesmo em guerras existem regras”.

Publicado por Tribuna Hoje
 

 

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