O mais importante é saber quem está por trás das negociações sobre Síria em Astana

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As negociações sobre a Síria em Astana são um elemento importante na resolução da crise síria apesar das ações dos EUA, mas, segundo o político sírio Al-Ahmad, não é tão importante saber quem se senta à mesa de negociações na capital do Cazaquistão, mas quem está por detrás delas.

Fonte Sputnik News
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O presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, declarou recentemente ter chegado a acordo com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a proposta das partes em conflito na Síria de continuar as negociações de paz em uma nova plataforma em Astana. Segundo as palavras dele, a nova plataforma poderá completar as negociações em Genebra. O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, no decurso de conversas telefónicas com Putin e Erdogan, apoiou essa iniciativa e expressou a disponibilidade para realizar essas negociações na capital do Cazaquistão. Espera-se que as negociações sejam realizadas em Astana em 23 de janeiro e em Genebra em 8 de fevereiro, afirmou o político à RIA Novosti. Segundo antes declarou o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, as negociações sobre a Síria em Astana e em Genebra não estão competindo entre si, poderão ser mutualmente complementares. Além disso, o chefe da Chancelaria russa, Sergei Lavrov, afirmou que o objetivo principal do encontro em Astana é fortalecer o regime de trégua na República Árabe Síria e acordar a participação de comandantes na regulação da crise síria.

No início dessa semana foi informado que alguns grupos radicais armados, incluindo a parte do Exército Livre da Síria (ELS) e Jaish al-Islam, concordaram em participar das negociações que irão ocorrer em Astana. De acordo com alguns dados, os grupos armados irão ser representados por um bloco único, liderado por Muhammad Alush.

“É necessário sermos realistas. É impossível atingir paz por via de negociações políticas se houver terrorismo. Por isso, essa plataforma deve existir [negociações em Astana] e irá influir no resultado — um acordo entre todas as forças políticas na Síria sobre o futuro da República Árabe da Síria. Por detrás dos que irão negociar em Astana estão forças regionais, ou seja, o Qatar  e outros que estão apoiando e financiando os grupos terroristas. O mais importante não é quem se senta [à mesa de negociações], mas quem está por trás. Pois, sem negociações com a Turquia, não irão se sentar à mesa de negociações”, opina Al-Ahmad.

ONU participará das negociações sobre Síria em Astana

 
A ONU foi convidada a participar das negociações sírias em Astana e será representada pelo vice-representante especial da organização para a Síria, Ramzy Ezzeldin Ramzy, informou à Sputnik o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, Farhan Haq.

Teerã é contra a participação dos EUA nas negociações sobre Síria em Astana “ONU recebeu o convite para participar”, disse Haq nesta terça-feira. Segundo o oficial, “o enviado especial do secretário-geral da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, nomeou Ramzy Ramzy como representante da ONU na reunião”.  O representante permanente da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, aos discursar durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada à situação no Oriente Médio, disse que a reunião em Astana será uma “ponte para negociações mais inclusivas em Genebra, agendadas pelo enviado especial do secretário-geral, Staffan de Mistura, para o dia 8 de fevereiro”. Churkin afirmou que os representantes da ONU “poderiam se apresentar na qualidade de moderadores dos contatos entre as partes do conflito sírio”.

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