Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências árabes
O Parlamento do Iraque elegeu nesta quinta-feira (24) o curdo Fuad Massum como presidente do país, uma medida que assenta as bases para a formação de um novo governo, processo já arrastado. As autoridades iraquianas têm enfrentado o terrorismo enquanto resistem às pressões internacionais, sobretudo dos Estados Unidos, que continuam interferindo na política nacional e agravando a situação no Iraque, enquanto um primeiro-ministro ainda deve ser escolhido.
Masum fpi escolhido como o novo presidente do Iraque pelo parlamento, com mais de 200 votos, contra os 17 do seu adversário.
Embora o partido do atual premiê Nouri al-Maliki tenha vencido as eleições parlamentares de abril, os Estados Unidos têm pressionado por sua substituição, mantendo a prática da ingerência já comprovada como devastadora na política regional. O avanço do grupo autodenominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que anunciou um “califado” nas áreas em que tomou o controle (porções do Iraque e da Síria) ainda é enfrentado.
Fuad Masum sucede Jalal Talabani no cargo de presidente. Talabani voltou há apenas cinco dias de uma estadia de 18 meses para tratamento médico na Alemanha. “Enquanto muito do poder político no Iraque está concentrado no gabinete do primeiro-ministro”, indica a emissora libanesa Al-Manar, “Talabani é visto como um mediador-chave entre as diversas facções iraquianas.”
O prazo final para a escolha de um novo presidente havia terminado no domingo (20), mas o processo de substituição da liderança iraquiana, apesar da realização das eleições há três meses, tem sido tumultuado, com a disseminação dos confrontos entre o exército e o EIIL, principalmente. Centenas de iraquianos já morreram desde que os ataques terroristas se intensificaram, há alguns meses.
O presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, anunciou a vitória expressiva de Masum, que se tornou premiê do Curdistão iraquiano há mais de 20 anos. Ele recebeu mais de 200 votos, em contraste com seu opositor primário, que recebeu 17 na segunda rodada de votações.
As informações foram divulgadas pelo próprio Juburi, um “sunita moderado” que assumiu o cargo parlamentar ainda na semana passada e já visitou o Irã para conversações com o governo xiita. Para o cargo de premiê, o atual, Maliki, garantiu que se candidata para um terceiro mandato, apesar da ingerência externa contrária.
De acordo com analistas, sob um acordo informal, desde a derrubada do presidente Saddam Hussein, sunita, pela invasão estadunidense, em 2003, a divisão dos cargos garantiu que a presidência ficasse com curdos, a presidência do Parlamento, com um sunita, e o cargo de primeiro-ministro, com um xiita, embora a fragmentação em termos étnico-religiosos seja instrumental para as forças estrangeiras que buscam determinar o cenário político na região, como os EUA.