(*) Da redação Opera Mundi, com informações da Agência Efe
Secretário de Defesa, Chuck Hagel, disse que grupo extremista “ultrapassa tudo o que já vimos” e, por isso, EUA devem estar preparados para tudo.
Chuck Hagel, secretário de Defesa dos EUA: “Eles mesclam ideologia, sofisticação do poderio militar e são tremendamente bem financiados”
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse nesta quinta-feira (21/08) que o grupo extremista EI (Estado Islâmico) “ultrapassa tudo o que já vimos” e representa uma ameaça terrorista para o país ainda maior do que a Al Qaeda.
Em uma conferência de imprensa dois dias após o grupo jihadista ter divulgado um vídeo em que o jornalista norte-americano James Foley é decapitado, Hagel deixou em aberto a possibilidade de atacar as posições do grupo não apenas no Iraque, onde já fazem há dez dias, mas também na Síria. Ontem, o presidente Barack Obama já havia dito que seria “implacável” com a organização jihadista que atua no Oriente Médio.
“Eles mesclam ideologia, sofisticação do poderio militar tático e estratégico e são tremendamente bem financiados. Isto ultrapassa tudo o que já vimos. Então precisamos nos preparar para tudo”, afirmou o secretário de Defesa, em entrevista concedida junto do chefe do Estado-Maior, o general Martin Dempsey.
Desde o ano passado, o governo Obama tem resistido a empreender uma intervenção militar direta na Síria — motivo pelo qual foi, inclusive, muito criticado por setores republicanos da política do país, que o acusaram-no de ser “fraco” em política externa.
Perguntado sobre se os alvos dos bombardeios aéreos poderiam ser expandidos também para a Síria, Hagel deixou a possibilidade em aberto: “Como disse, estamos olhando para todas as opções”.
EUA não negociam com terroristas
Também hoje, o governo dos EUA já havia ressaltado que sua política é “não fazer concessões a grupos terroristas nem pagar resgates” por sequestrados, por considerar que financia suas atividades e põe em perigo todos seus cidadãos no exterior.
“Não fazemos concessões aos terroristas, isso inclui que não pagamos resgates”, disse taxativa a porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, à pergunta de se o governo está pensando em mudanças em sua forma de atuar após a execução de um jornalista americano sequestrado pelo Estado Islâmico (EI).
Segundo o GlobalPost, meio para o qual colaborava o jornalista James Foley, sequestrado na Síria em 2012 e decapitado esta semana, os jihadistas pediram em princípio US$ 132,5 milhões por sua libertação.
A porta-voz, que não confirmou esta informação, afirmou que uma das principais formas de financiamento do EI foi a cobrança de resgates “que outros pagaram” e outras atividades delitivas como o roubo de bancos.
O Departamento de Estado considera que o pagamento de resgates pode pôr em “grande perigo de sequestro” os cidadãos americanos no exterior.