Bachar al Assad sobre os ataques terroristas em Paris: ” França colhe o que semeou” 7

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14/11/2015,
Presidência da Síria (orig. ár.) Vídeo legendado em fr.
(Transcrição e trad. ár.-fr.
Salah Lamrani, na Rede Tlaxcala de tradutores)

Jornalista: Qual sua reação ao que houve ontem em Paris?

Presidente Bachar al-Assad: Antes de qualquer coisa, apresentamos nossas condolências às famílias que perderam entes queridos. Os sírios compreendemos muito bem, mais do que muitos povos, a dor pela qual os franceses estão passando. Os sírios enfrentamos esse tipo de ataque terrorista todos os dias, há cinco anos.

Não é possível dissociar o que se passou ontem na França, do que se passou há dois dias em Beirute, porque terrorismo é sempre terrorismo. Não faz sentido considerá-lo diferente porque ataque em lugares diferentes, em terra síria, em terra iemenita, em terra líbia ou em terra francesa: na realidade é sempre a mesma terra global.

Jornalista: Os serviços de inteligência sírios tinham informações sobre as pessoas que cometeram essa operação? Eram sírios ou tinham relação com pessoas na Síria?

Presidente Bachar al-Assad: Não temos nenhuma informação sobre o que se passou. Mas a questão não é conhecer o nome dos terroristas ou saber de onde vêm. Há três anos nós avisamos que coisas desse tipo começariam a acontecer na Europa. Dissemos: Não participem desses eventos cataclísmicos na Síria, porque as consequências do que foi feito na Síria estender-se-ão por todas as regiões do mundo.

Infelizmente, os governos europeus não deram atenção ao que lhes dizíamos, supuseram que os estivéssemos ameaçando. Tampouco aprenderam a lição do que aconteceu em janeiro, na redação de Charlie Hebdo.

O que dizem, que se oporiam ao terrorismo, não tem valor algum. É preciso que combatam o terrorismo, isso sim, e que apliquem boas políticas.

Jornalista: Os serviços de inteligência franceses pediram a colaboração dos serviços sírios? E o senhor está disposto a ajudá-los a combater o terrorismo?

Presidente Bachar al-Assad: A questão não é pedirem ajuda. Eles só tem uma coisa a fazer: encarar com seriedade a luta DELES contra o terrorismo. Façam isso e podem contar conosco, que estaremos prontos a combater o terrorismo ao lado deles. Os sírios combatemos contra o terrorismo há anos. Estamos prontos a combater o terrorismo ao lado de qualquer parceiro sério que apareça para nos auxiliar nessa luta. Mas até o presente o governo francês não deu qualquer sinal de seriedade.

Jornalista: O senhor tem alguma mensagem para o presidente Hollande?

Presidente Bachar al-Assad: Que aja no interesse do povo francês. A primeira pergunta que qualquer cidadão francês faz hoje é “será que a política externa que a França aplica há cinco anos trouxe qualquer mínimo benefício ao povo francês?”. De fato, a resposta é não.

Assim sendo, peço-lhe que aja no interesse do povo francês. Para fazer isso, terá de mudar de política.

Jornalista: Qual a condição para que o governo sírio possa colaborar com o governo francês, ou os serviços sírios de inteligência, com seus homólogos franceses?

Presidente Bachar al-Assad: Não se pode antever qualquer cooperação no plano da informação, antes de que haja clara cooperação política. Não cogitamos de construir qualquer cooperação com serviços de inteligência para a luta contra o terrorismo, enquanto o governo francês continuar a apoiar o terrorismo. Quando falo em mais seriedade (na luta contra o terrorismo), é disso que estou falando.

Jornalista: Muito obrigado.

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7 thoughts on “Bachar al Assad sobre os ataques terroristas em Paris: ” França colhe o que semeou”

  1. Responder rafael nunes amaro nov 16,2015 16:20

    eles, simplesmente, NÃO DISSE o que a manchete disse que ele disse…

  2. Responder Martins Geoge nov 16,2015 23:19

    Nota dez oara este Presidente SIRIO!
    Ele e claro e consciso, e os Europeus deveriam de ajudar os governos eleitos a se firmarem e jamais aplicarem duas formas de LEIS Uma para uns e diferente para ouros. A religiao jamais se pode IMPOR e pPASSAR POR CIMA DAS LEIS, SEJA EM QUE PAIZ FOR!

  3. Responder António M P nov 17,2015 0:01

    Entretanto, nos meios de Informação ocidentais, as declarações de Assad são censuradas! Nada que ofenda os “defensores” da liberdade de informação.

  4. Responder Jânio nov 17,2015 17:55

    Não importa como a bomba vai ser detonada, o problema mesmo é quando ela é lançada. dia 13/11/2015 foi na França e em pontos diferentes e com centenas de vítimas inocentes. Mas também não podemos deixar de considerar que um míssil lançado em um hospital onde havia sinalizações e mais precisamente os MÉDICOS SEM FRONTEIRAS, DEIXE DE SER CONSIDERADO TERRORISMO, a não ser que consideremos como terrorista quem lança o ataque e não as circunstâncias como os fatos ocorrem.

  5. Responder Americo Mahumane nov 18,2015 8:01

    Os conflitos mundiais parece que tomam patamares de nivel mundial, ha discunsoes que ate dividem o planeta em dois polos religiosamente antagonicos “Ocidente Vs Oriente”, eu queria como cidadao do mundo e que acredito que a unica forma de acabar com o terrorismo e fazendo o bem, me solidarizo com o povo frances, me solidariso com o povo sirio e apelo a politica dos dois lados de forma a encontrar formas sustentaveis de resolver o impasse. A guerra nao constitui resposta da propria guerra. quis dizer que a resposta militar nao vai eliminar o terrorismo no mundo, apenas vai criar sucessivamente outras ferridas que vao se subjugar efeitos de terrorismo. ” Se na verdade estou a perceber qualquer ataque que se traduz em terror e sem duvidas terrorismo…nenhuma guerra que nao provoca terror, todas guerras que sejam de que motivo for provocam o terror. Terror e sinonimo da morte, matanca, assassinato, contudo e preciso acabarmos com isto de forma mais simples ainda: perceber os motivos da furia e evitar com que haja furia, respeitando um ao outro, e a parte mais dificil sustentabilizar o desenvolvimento mundial atraves duma outra globalizacao que nao seja esta que se faz e se vive na contemporaneidade…aproximar o oriente e o ocidente atraves de dialogo, entender que allah e Deus refere-se a um ser supremo que so e somente quer o bem pelo dom do amor e nao pelo dom de Guerra!

  6. Responder Jandyra Abranches nov 18,2015 10:45

    “Do rio que tudo arrasta se diz violento, mas ninguém chama de violentas as margens que o aprisionam.” Bertold Brecht

  7. Responder Eduardo Machado nov 18,2015 14:58

    ”John Kerry sempre teve como proposta levantar um acordo de Paz, mas a partir do momento que a França resolve rebater o ataques, além da russa e ataques de drones americanos tudo volta a estaca zero”

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