Ataques da mídia à Síria: Dez anos de guerra sem fim

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Síria: quatro anos de guerra civil - Revista de Imprensa
Por Babel Hajjar
Quando comecei a pesquisar a guerra na Síria para o mestrado, entre 2014 e 2015, ativei um “alerta” do Google sobre temas que me interessavam,  e sempre recebia uma certa quantidade de alertas, ao redor de uns 4-5 por dia, número que poderia ir para uns 10-15 quando algo de proporções maiores ocorria, como um ataque. Hoje, esse indicador disparou, e eu ainda não pude fazer a conta de quantos alertas recebi. Penso que todos se referem a matérias que defendem o ponto de vista dos “rebeldes”, ainda repercutindo a mentira de que a guerra na Síria teria sido feito pelo povo, para o povo, contra um governo sanguinário, e não uma revolução colorida promovida pelos EUA como tantas outras.
Algumas manchetes colocavam em dúvida a validade da reeleição de Bashar al Assad. Outras diziam que a Europa não apoiaria a reconstrução da Síria enquanto não houvesse mudança de poder. Algumas diziam que sobreviventes dos ataques químicos  promovidos contra civis buscavam na justiça internacional provar a culpa do governo sírio na história, ainda que diversos relatórios da ONU  tenham  no mínimo isentado o governo e haja evidências fortes de tráfico de produtos químicos usados nos ataques terem entrado na Síria via Turquia, por mãos rebeldes.
Síria: O sofrimento de crianças como arma de propaganda de guerra | Resistência

Síria: O sofrimento de crianças como arma de propaganda de guerra

Fica claro que o dia de hoje marca uma nova ofensiva midiática contra a Síria. O ocidente, como sempre, permanecerá calado, pois tudo o que a mídia diz não precisa ser verdadeiro, mas apenas parecer verossímil.
Jornal forja fotografia para ilustrar massacre na Síria | Notícias | TechTudo

Jornal forja fotografia para ilustrar massacre na Síria (Krone Zeitung- Austria)

  Edward Said, o autor palestino do conceito pós colonial “Orientalismo”, diz que a mídia age como age porque tem lado, e porque se vale de rótulos, imagens pré-existentes do que seria um “árabe”, ou um “muçulmano”. Assim, fica fácil não duvidar da ideia que Assad seja o mais sanguinário líder do Oriente Médio, e pessoas como Netanyahu, PM de Israel, dentre outros senhores da guerra, não sejam vistos assim, apesar do tanto que já mataram e agrediram os direitos humanos. Outros, mesmo sendo árabes e muçulmanos, como o monarca absoluto do maior barril de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, fazem guerras e cometem assassinatos dignos de filmes da máfia. Apesar de também receberem os olhares orientalistas que esperam deles tais atitudes, esses árabes-muçulmanos são aliados do Ocidente, e têm sua exposição midiática mais controlada. São protegidos pela mídia (Ainda que esta solte uma matéria aqui e outra ali, para evitar ser chamada de parcial) e por quem controla a mídia que o Ocidente finge crer ser isenta.
[Editado 11.3.2021 15:08h]>>
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