As mulheres sírias, pela Paz e Soberania do país 1

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“As mulheres sírias estão na luta pela paz e soberania do país”, afirma Márcia Campos, presidente da FDIM em entrevista concedida a Nathaniel Braia.

“O povo sírio apoia seu governo que enfrenta bandos armados pelos EUA, mantém o país funcionando e busca soluções para minimizar os danos nos locais atingidos pelos atentados a bomba”, afirmou a presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres -FDIM

Márcia Campos, presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), que comandou uma missão de solidariedade com representantes do Brasil, Rússia, Índia, Turquia, Moçambique, Jordânia, Líbano e Grécia, destacou “o apoio do povo ao governo sírio e o repúdio generalizado da ação desumana perpetrada pelos bandos armados que querem desestabilizar o país e atingem colheitas, escolas, postos de saúde, igrejas, mesquitas e a infra-estrutura”.

A missão comandada por Márcia levou um total de 88 moções de solidariedade de organizações de 58 países.

Nathaniel Braia – Como transcorreu a missão em Damasco?

Márcia Campos – Estabelecemos contato com as principais autoridades do país e lideranças femininas, tivemos a oportunidade de visitar uma escola infantil que agora serve de abrigo para as pessoas que expulsas dos lugares onde vivem pelos grupos armados. Nos locais onde circulamos, pudemos ter uma noção do tamanho da agressão externa em curso.

Braia – Você pôde comparar os fatos com aquilo que é divulgado pela mídia no Brasil?

Márcia – Foi muito importante a nossa ida por que agora nós estamos com mais informações que vamos levar pelo mundo afora. O que faz a mídia corporativa é divulgar aquilo que interessa aos EUA, que é o promotor dessa guerra (com seus aliados – Arábia Saudita, Qatar). Vimos o quanto é importante que circulem o máximo de informações. Vamos nos países onde atuamos (a FDIM está organizada em 160 países) criar uma rede de divulgação dessas situações. Pois, no que depender da mídia as informações não chegam. Ao contrário, os agentes do Império que hoje centram fogo sobre a Síria divulgam o que querem e, neste sentido, a mídia predominante – como aquela que temos aqui no Brasil – fazem um grande desserviço ao povo sírio.

Braia – Como essa missão se conecta com a ação histórica da FDIM pela paz?

Márcia – Pudemos demonstrar nossa solidariedade e afirmar nossa luta pela paz. Não há como, manter essa guerra, é um absurdo, esse morticínio. O povo sírio almeja a paz. Esta guerra não tem a ver com rebeldia contra uma tirania, ficamos mais certas ainda de que é uma guerra imposta de fora para dentro. Essa idéia de dizer que o presidente da Síria é quem está matando não bate com o menor teste de realidade. O presidente tem que garantir água, luz, prover alimento, dar condições para as pessoas viverem. Como é possível que ele mesmo chegue à conclusão de desmontar tudo isso? Vai botar bomba em subestações, dutos de água, acabar com a infraestrutura? O governo sírio construiu milhares de postos de saúde e esses postos foram atacados, centenas destruídos… O que vimos foi o governo tentando reconstruir, ou antes disso, improvisar soluções para superar o transtorno desses atentados – como acontece no colégio que visitamos. Outro exemplo é o turismo, uma das principais entradas de divisas. Com essa guerra encomendada, o turismo acabou – como nos informou o ministro do Turismo. São bilhões de dólares perdidos nestes três anos.

Há o roubo das colheitas. Os terroristas assaltam armazéns nas aldeias roubam grãos, os vendem nos países vizinhos e depois o governo se vê obrigado a adquirir os mesmos alimentos produzidos no interior do país a cifras muito mais elevadas. Mesmo tendo parcela importante do trigo roubado, o governo não abre mão do subsídio ao pão (coisa que foi instituída desde os primeiros momentos da revolução comandada pelo partido Baath), o que faz da Síria, mesmo sob esse ataque insano, o país onde o povo tem acesso ao pão que está entre os mais baratos do mundo.

A sabotagem atinge, a energia elétrica, oleodutos e tanques de combustível. Para aterrorizar a população e tentar paralisar o governo, impedir que os mantimentos continuem chegando às populações nas zonas atingidas. Esses embates já duram três anos. Há deslocamento de pessoas, habitantes de regiões mais distantes que migram para as cidades maiores, que de uma hora para outra multiplicam populações e passam a sofrer problemas estruturais para atender a esses que vieram.

Braia – Como o povo sírio, e as mulheres em particular, estão reagindo a tudo isso?

Márcia – O que vimos em todos os contatos, desde governantes até as mães nos abrigos e nas ruas, por onde fomos, foi uma aguerrida solidariedade entre os sírios – que abrem portas para os migrantes que chegam a Damasco – uma indestrutível vontade de lutar pela sua independência, de cabeça erguida, seguir trabalhando, estudando. Enfim os homens e as mulheres na Síria não abriram mão da condição de viver e da união nacional está garantindo a vitória e derrotando os que pensaram em destruir o país, em submeter o povo a uma camarilha imposta de fora para dentro e que – ao contrário do governo atual – representaria interesses externos e não os do povo sírio.

 

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Um comentário sobre “As mulheres sírias, pela Paz e Soberania do país

  1. Responder Michel Saccab Filho nov 13,2013 14:08

    As mulheres da Fdim e as mulheres sírias representam o que há de amor e fraternidade entre a nação e o seu povo. Querem, desejam e lutam para a manutenção de sua altiva nação e, por consequência, a paz e progresso em suas famílias – chega de atentados covardes com milhares de mortos, feridos, e mutilados – e a Unidade da altiva Nação Siria. O imperialismo, incluindo o sionismo, precisam cuidar dos graves problemas sociais e de segurança em seus países. A Republica Arabe Siria sob o comando de Bashar Al Assad sairá, com certeza, vitoriosa. Tenho o maior orgulho de ser filho de sírios imigrantes e, ninguém, nenhuma invasão, vai ser vitoriosa e apagar meu orgulho.

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