As atrocidades sem serventia 1

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Por Eva Bartlett, Zero Anthropology
Tradução: Oriente Mídia

Quem fora da Síria conhece os nomes de Yara Abbas, Maya Naser, Mohamed al-Saeed…? A imprensa-empresa inundou-nos com notícias dos dois jornalistas americanos supostamente decapitados, e o vídeo da primeira execução foi considerado forjado [No OM: “O duvidoso vídeo de James Foley”]. Mas e sobre os jornalistas não-ocidentais e civis decapitados e assassinados pelo ISIS [Estado Islâmico do Iraque e Levante, na sigla em inglês], al-Nusra, e os terroristas associados na Síria, Iraque, Líbano, bem como os sionistas implacáveis na Palestina?

Por que a execução de agosto de 2012 (que alguns relataram como decapitação), do apresentador de TV Mohamed al-Saeed, reivindicado pela quadrilha Nusra, não criou a mesma indignação? Ou o sequestro e execução do jornalista iraquiano Yasser al-Jumaili pelo ISIS, em dezembro de 2013, em Idlib?

Por que as emissoras de TV ocidentais não noticiaram o assassinato de Yara Abbas – jornalista da al-Ikhbariaya, que teve o carro de sua equipe atacado por franco-atirador insurgente? Ou o assassinato do cinegrafista libanês da al-Mayadeen, Omar Abdel Qader, morto a tiros por um franco-atirador insurgente, em 8 de março de 2014 no leste da Síria.

Maya Naser, Ali Abbas, Hamza Hassan Hajj[traduzido pelo OM] (libanês), Mohamad Muntish (libanês), Halim Alou (libanês)… todos eram trabalhadores da imprensa mortos pelos insurgentes apoiados pelo ocidente na Síria. Suas mortes foram relatadas pelos meios de comunicação locais, alguns até mesmo com uma pequena nota na imprensa-empresa, mas nenhuma morte resultou em um frenesi de horror na mídia e condenações, como ocorreu com os supostos assassinatos de ocidentais. Outros, pelo menos 20 jornalistas árabes, foram mortos por esquadrões da morte da OTAN na Síria nos últimos anos.

O assassinato de 16 jornalistas palestinos em Gaza, pelo menos 7 alvejados durante o trabalho, durante o genocídio sionista de julho/agosto de 2014 em Gaza, também caiu em ouvidos surdos. Os assassinatos de jornalistas palestinos em anos anteriores, também não foram notados, quanto mais levados ao frenesi da mídia. [ver também: Silenciando a Imprensa, XVI Relatório, Documentação dos ataques israelenses contra pessoal de mídia nos territórios palestinos ocupados]

Na Síria, há milhares de civis e soldados sírios que foram decapitados – e de maneira muito mais brutal e realista do que insinuaram os vídeos do SITE [http://siteintelgroup.com] – pelos chamados “moderados” Exército Sírio Livre (FSA [na sigla em inglês]), al-Nusra, Da’esh (ISIS), e hordas de outros mercenários apoiados pelo ocidente. Nas mãos das várias gangues da OTAN, dezenas de milhares de civis foram assassinados e submetidos a várias práticas de tortura sádica, mutilação, crucificação, queimados em fornos, jogados em poços, entre outras práticas doentias. Milhares de outros, incluindo crianças e mulheres, continuam desaparecidos depois de terem sido sequestrados durante os ataques e massacres perpetrados pelos mercenários.

Nidal Jannoud, um agricultor de Banias (sudoeste da Síria), foi uma das primeiras vítimas assassinadas pelos “rebeldes moderados”. Jannoud foi torturado e massacrado por “manifestantes pacíficos”, em abril de 2011. Omar Ayrout e Yahya Al Rayes confessaram mais tarde, que eles auxiliaram uma multidão a matar Janoud. “Eu ouvi tiros e vi um grupo de pessoas segurando Jannoud… eu peguei uma faca de Taha al-Daye e esfaqueei Jannoud em seu ombro direito… Em seguida, o grupo o atacou com facas e mutilou o seu corpo depois”, Yahya al-Rayyis confessou.

No caso do comedor de órgãos, militante da Brigada al-Farouq, “Abu Sakkar”, que mordeu o pulmão de um soldado sírio, houve notícia na imprensa-empresa e horror geral. No entanto, muito rapidamente a mídia corporativa, como a BBC, The Guardian, TIME, entre outros, correram para justificar seu canibalismo (ver: Face a face com Abu Sakkar, ‘canibal comedor de corações’ sírio e BBC romantiza ‘canibal comedor de corações’ sírio para justificar armar a al-Qaeda). Qual seria a reação, se o pulmão em questão pertencesse a um soldado ocidental, ou pior, a um soldado “israelense”… será que a BBC, teria em seguida humanizado o autor deste ato bárbaro? Será que o mundo teria seguido em frente tão rapidamente, esquecendo? Claro que não.

Além de outras milhares de matanças individuais, há também inúmeras chacinas, totalmente ignoradas pela mídia ou então relatadas de forma mentirosa.

Em Raqqa, invadida por al-Nusra e o chamado FSA, em março 2013, dois meses depois pelo ISIS, os civis enfrentaram flagelações (incluindo chicotadas nas mulheres), execuções e crucificações… com corpos deixados em exposição pública por dias, geralmente pelo “crime” de apoio ao presidente Assad e ao Exército Sírio, e muitas vezes pelos “crimes” de não viver de acordo com a versão distorcida do Islã dos seus algozes. [ver também: Raqqa Está Sendo Massacrada Silenciosamente]

Com a chacina de Houla, em maio de 2012, quando 108 civis (incluindo 49 crianças e 34 mulheres) – entre eles pacientes de um hospital e famílias inteiras em suas casas – a maioria dos dedos da imprensa-empresa e dos políticos apontaram para o Exército Árabe Sírio como culpados, sem um pingo de provas. A BBC ostentou a foto de autoria do jornalista Marco Di Lauro, de civis iraquianos em mortalhas, alegando retratar as vítimas de Houla. Mediante exigência do jornalista horrorizado, a alegação foi retratada e corrigida, como “acidente”… mas quem ainda estava ouvindo naquela altura? Assim que a esperteza da BBC e de outros meios da mídia corporativa foram revelados, o massacre já não era mais interessante [ver: “Síria: Mentiras da Mídia, Objetivos Escusos e Estranhas Alianças”, “Síria: Um Ano Após o Massacre de Houla. Novo Relatório Oficial x Verdade” e “Terrorismo do ‘falso pretexto’ na Síria, Houla e as Nações Unidas”].

Embora as investigações posteriores em Houla revelassem a culpabilidade dos insurgentes, a imprensa-empresa já tinha seguido em frente, deixando o cidadão médio confuso, ou preso às mentiras iniciais. Deixando artigos de investigação de lado, houve a confissão de um membro insurgente que estava presente naquela sexta-feira em Houla:

“…nossos apoiadores de fora pediram para que fizéssemos algo para inflamar a situação… O planejamento veio de fora… Na sexta-feira, depois das orações, um grande número de homens armados chegou… eles não entraram na mesquita ou rezaram. …O objetivo era atacar um posto de controle do exército e liquidar as famílias simpáticas ao governo. Havia homens, como Haytham al-Hassan, que tinham armas, incluindo cutelos. Eles massacraram famílias. …Eles enviaram pessoas para espalhar que os ‘Shabbiha’ [milícia do partido Baath] tinham entrado na aldeia e mataram todos. Eu estava lá. Não houve Shabbiha.”

O massacre de dezembro de 2012 em Aqrab, de pelo menos 150 alauítas, foi igualmente deturpado, apesar dos testemunhos dos sobreviventes. Alex Thomson, do Channel 4 do Reino Unido, encontrou sobreviventes de Aqrab, cujos diferentes relatos sustentavam a mesma história:

“… nossas testemunhas disseram que rebeldes sunitas levaram centenas de civis alauítas como prisioneiros”, observou Thomson, também escrevendo: “Todos eles insistiram… que rebeldes do Exército Livre da Síria (FSA) encurralaram em torno de 500 civis alauítas em uma casa grande vermelha de dois andares…” e lá foram mantidos por 11 dias.

“Eles tinham barbas longas, e às vezes não se conseguia entender o que diziam. Eles não estavam vestidos de forma normal”, disse o sobrevivente Madlyan Hosin. Um segundo entrevistado, Hayat Youseh, disse, “…eles nos forçaram para fora de nossas casas e atearam fogo.”

Um sírio de uma aldeia a três quilómetros de Aqrab me disse: “Quando a Al Jazeera e a Al Arabiya começaram a dizer que o Exército Árabe Sírio havia atacado Aqrab, eu fui lá para descobrir. Eu entrevistei uma senhora de Aqrab que disse que nenhum exército havia chegado perto de lá na época do massacre”.

Kassab, uma vila predominantemente de cristãos armênios, perto da fronteira turca, sofreu ataque pesado no início deste ano por insurgentes e soldados turcos. Kim Kardashian tuitou sobre Kassab, então…, caso contrário, o mundo em grande parte teria ignorado. Em Latakia, alguns refugiados de Kassab falaram sobre 21 de março de 2014 e o assalto originário da Turquia. Uma jovem relatou que os insurgentes “estupraram nossas mulheres mais velhas porque não conseguiram encontrar as meninas”.

Segundo um morador de Latakia, com amigos e uma casa em Kassab, 88 cristãos foram assassinados, 13 dos quais foram decapitados, outros foram mortos a tiros no local. Outros 22 idosos foram sequestrados e levados para a Turquia, onde ficaram presos cerca de três meses antes de serem liberados no Líbano.

O fato de que os cristãos terem sido assassinados por mercenários estrangeiros, e ainda decapitados, deveria ter criado ondas de choque na mídia. Mas, sem surpresa, teve o efeito oposto, porque destacar esses crimes não serve à agenda adotada pelo Ocidente para derrubar o presidente Assad, para desmembrar a Síria, como os takfiris apoiados pela OTAN estão desmembrando os sírios.

É o caso do massacre de Kassab, ficou transparente que a falta de qualquer condenação governamental/política do massacre e sequestros não foi devido à falta de conhecimento: a Turquia ajudou a cometer o ataque e abrigou os sequestrados [ver: Guerra Genocida da OTAN e Turquia na Síria e Em Busca de casus belli: Agressão turca em Kassab?]; o queridinho do Ocidente, Ahmed Jarba, visitou o local logo depois, sentando-se com “quem pareciam ser comandantes rebeldes locais em uma casa que, seria, na província de Latakia”, informou o Daily Star, observando que “Jarba também disse que ‘a coligação tem prestado assistência à frente de batalha’, de acordo com o seu escritório”.

Quatro meses depois de ter sido libertada dos terroristas, a maioria dos refugiados de Kassab ainda não voltaram para suas casas profanadas e saqueadas. De acordo com o residente de Latakia, que se mantém informado sobre Kassab, “as estradas são bastante seguras, mas elas têm sido alvo de mísseis de curto alcance e morteiros da Turquia. A ‘ameaça’ de ataque e falta de dinheiro ou recursos para reconstruir suas casas e lojas manteve a maioria longe. Alguns têm dinheiro suficiente para os reparos, e aqueles mais pobres podem congelar neste inverno”.

Os massacres e sequestros de agosto de 2013, perpetrados pelos insurgentes nas aldeias de Balouta, Hambushiya, e uma série de outras aldeias agrícolas na área rural de Latakia recebeu brevemente alguma cobertura da imprensa-empresa… e também absolutamente nenhuma indignação internacional. Essa indignação foi reservada para os ataques com gás sarin, falsificados não muito tempo depois, usando as crianças sequestradas para encenar seus vídeos. [Para uma descrição bem detalhada do massacre de Latakia e sua relação com a os vídeos falsificados pelo FSA com gás sarin, veja: “Combatendo a Máquina de Propaganda na Síria“]

Nas quase duas semanas de ataques a esses povoados rurais, 220 civis foram massacrados (de acordo com os médicos em um hospital de Latakia), incluindo bebês, crianças, mulheres e idosos, até mesmo um nonagenário. Pelo menos cem foram sequestrados (na sua maioria crianças, algumas mulheres), dos quais apenas 44 foram liberados nove meses depois. Estes sobreviventes do sequestro falaram de tortura nas mãos de seus captores “rebeldes moderados”. Al Akhbar informou que “de acordo com uma criança libertada, os lutadores arrancaram os olhos de uma das crianças raptadas”.

O ataque ocorreu por cerca de 20 facções coordenadas, incluindo ISIS, Jabhat al-Nusra e o chamado FSA (com o conhecimento e aprovação do SNC [Conselho Nacional Sírio] de George Sabra).

Mas, não houve clamor pelos pretensos intervencionistas humanitários e seu público.

Dois meses após o fato, Jonathan Steele do Guardian informou sobre os ataques, incluindo a movimentação dos insurgentes em 4 de agosto, de sua base nas proximidades da aldeia Salma para atacar a área rural de Latakia. Surpreendentemente, o artigo citou testemunhos de oficiais do Exército Árabe Sírio e das Forças de Defesa Nacional (NDF, na sigla em inglês):

O oficial das Forças Especiais Hassan disse a Steele, “Eu ouvi um rebelde dizendo a outro: ‘Mate esse, mas não aquele’. Um rebelde perguntou: ‘O que eu faço com as meninas?’. A resposta veio: ‘Eu estou mandando um caminhão para busca-las’. Várias foram raptadas e estupradas, e não foram vistas novamente”.

O oficial das NDF Shadi, disse a Steele, “Quando chegamos na vila de Balouta eu vi a cabeça de um bebê pendurado em uma árvore. Havia o corpo de uma mulher, que tinha sido cortado ao meio da cabeça aos pés e cada metade foi pendurada em árvores de maçã diferentes”.

O soldado do Exército Sírio Ali, disse a Steele, “Nós encontramos duas valas comuns com 140 corpos. Eles não foram mortos à tiros. Eles tiveram suas gargantas cortadas. Cerca de 105 pessoas de diferentes idades foram sequestradas… salafistas do exterior estavam por trás do ataque.”

Em outra entrevista em vídeo, um residente de uma das aldeias (que para sua segurança depôs em anonimato) atesta:

“Haviam chechenos, líbios, sauditas, e terroristas afegãos entre eles… Um grupo estava matando pessoas com espadas. E o outro grupo foi correndo atrás de quem tinha sido capaz de escapar para matá-los, atirando neles… Eles invadiram casas, enquanto as pessoas estavam dormindo e decapitaram-nas. Eles retiraram o feto de uma mulher grávida. Perdi 42 da minha família. Alguns deles foram mortos e outros detidos (sequestrados).”

Mesmo com provas abundantes, depoimentos de testemunhas oculares, valas comuns, relatos de médicos legistas de mortes por cortes de garganta, o massacre em Latakia também não resultou no fervor que temos visto nos últimos meses… apesar de 220 civis terem sido brutalmente massacrados, mais de 100 na sua maioria crianças, sequestrados por terroristas do Ocidente, amantes da liberdade.

Vinte km ao norte de Damasco, a cidade industrial de Adra sofreu atrocidades horríveis que foram largamente ignoradas pela imprensa-empresa. A cidade foi atacada por insurgentes de Jabhat al-Nusra e Liwa Al-Islam, em 11 de dezembro de 2013, informou a Russia Today, massacrando pelo menos 80 moradores.

Em outra reportagem, Russia Today entrevistou testemunhas oculares, uma das quais disse:

“Houve matança em todos os lugares… O mais velho tinha apenas 20 anos de idade; ele foi massacrado. Eles eram todos crianças. Eu os vi com meus próprios olhos. Eles mataram quatorze pessoas com um facão. Eu não sei se essas pessoas eram alauítas. Eu não sei por que eles foram mortos. Foram agarrados pelas cabeças e abatidos como ovelhas”.

Além do massacre de famílias inteiras, trabalhadores da padaria foram executados e “torrados… em fornos usados para fazer pão”, um morador de Adra disse à RT.

O relato do professor Tim Anderson observou que “corpos decapitados em Adra foram orgulhosamente exibidos pelos terroristas… cabeças decepadas teriam sido penduradas em árvores.”

Na cidade de Latakia, em abril de 2014, conheci refugiados de Harem, cidade do noroeste, a 2 km da fronteira com a Turquia, que haviam fugido após Harem ter sido atacada pelos moderados de McCain, com a ajuda da Turquia.

Um homem me disse:

“Os terroristas nos atacaram, os terroristas da Turquia, da Chechênia, e de países estrangeiros árabes e outros. Eles tinham tanques e armas, como um exército, como um exército. Por 73 dias estávamos cercados na cidadela de Harem. Eles nos atingiram com todos os tipos de armas. Tínhamos mulheres e crianças com a gente. Eles não tinham misericórdia. Quando pegavam qualquer um de nós, eles matavam, e em seguida, enviavam a cabeça de volta para nós. Eles mataram mais de 100 pessoas, e sequestraram cerca de 150… crianças, civis, soldados. Até agora, não sabemos o que aconteceu com eles.”

Os primeiros ataques apoiados pelos turcos contra Harem, foram em setembro de 2012 e, em 31 de Outubro, a Al Akhbar relatou que 4.000 civis estavam sob cerco na fortaleza da cidade, alertando sobre um massacre potencial por insurgentes que “sabidamente foram municiados com foguetes de curto alcance e lançadores, de fabricação turca, montados em veículos 4×4, bem como morteiros em abundância”. O relato também destacou o papel da Turquia no tratamento dos terroristas do FSA: “os feridos do FSA são transportados através da fronteira com a Turquia em ambulâncias”, e sobre as mortes dos moradores de Harem: “Dezenas de pessoas foram mortas no bairro de al-Tarmeh em Harem, depois de terem sido alvo de um bombardeio de mísseis a partir de uma delegacia de polícia turca”.

Mais uma vez, os ataques do FSA e ISIS foram deturpados na imprensa-empresa, e os sequestros de moradores de Harem não foram relatados. A situação da Harem ocupada tem sido inexistente na mídia desde então. Quebrando o silêncio, em 12 de outubro, o usuário do Twitter “Nutsflipped @Nutsflipped_z_1” tuitou uma série de atualizações sobre Harem:

“Acabei de falar com alguém de #Harem perto da fronteira turca. 60 SAA [Exército Árabe Sírio, na sigla em inglês] repeliram 5000 islamitas provenientes da #Turquia por 1 ano. #Síria”

“Eles literalmente mataram 1000s de atacantes, até que os turcos deram Grad MLRS [sistema de lançamento de múltiplos foguetes] aos islamitas e inundaram a cidade com combatentes da #Turquia. #Síria”

“#Kobani, #Kessab e #Harem, cidades da #Syria perto da fronteira turca foram atacadas da mesma maneira por islamitas vindo da #Turquia”.

Em uma mensagem privada, ele detalhou melhor. Sua informação, segundo ele, veio a partir de seu contato em Harem, agora refugiado, que “perdeu muitos parentes do sexo masculino. Executados. Ele mesmo quase foi executado e fugiu.”

“O ISIS está cometendo genocídio com os nativos do Harem, jogando seus corpos em cavernas, vendendo suas mulheres e crianças. Isso vem acontecendo desde 2012, primeiro foi com o FSA mas eles estavam perdendo. Então a Turquia soltou o ISIS. Agora o ISIS tem intensificado o massacre. A Turquia está por trás disso. O Ocidente faz vista grossa. A Turquia fez a mesma coisa por toda a fronteira”.

Alguns dos massacres mais recentes e atrocidades perpetrados pelos terroristas treinados/financiados pelo Ocidente/OTAN/Golfo, que tiveram pouca atenção ou lágrimas, incluem:

A morte suspeita de Shim passou despercebida pela imprensa-empresa por pelo menos um dia; ela era uma jornalista ocidental que morreu em acidente grave ou assassinato – todos os grandes meios de comunicação deveriam ter transmitindo sua morte infinitamente. [ver: Jornalistas sob ataque, a mídia ocidental hipócrita permanece em silêncio]

E este é o ponto. Os assassinatos de não-ocidentais – na Síria, Palestina ou outro lugar – não importam para a mídia e público, a não ser que sirvam a uma agenda imperialista ou sionista.

Na verdade, deixando a supremacia e o racismo de lado, a única razão pela qual as alegadas decapitações dos dois jornalistas ocidentais, entre outros, estão realmente sendo alardeadas e empurradas por nossas medrosas gargantas, é que essas histórias questionáveis servem perfeitamente à agenda do Eixo da Destruição: a justificativa para bombardear o Iraque e a Síria, para reinvadir, e tentar implementar o Plano Yinon.

Os assassinatos de sírios e outros jornalistas árabes por bandidos da OTAN não serão esquecidos, mesmo que a imprensa-empresa assim o queira. E considerando que a mídia corporativa foge de sua obrigação de informar estes assassinatos, quanto mais informar honestamente que o objetivo real é derrubar o presidente Assad e destruir a Síria como ocorreu no Iraque, Líbia,… jornalistas independentes e ativistas pró-resistência devem preencher esta lacuna.


Original: The non-useful atrocities

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Um comentário sobre “As atrocidades sem serventia

  1. Responder Claude Fahd Hajjar dez 4,2014 23:33

    Artigo da mais alta importância para denunciar como a vida dos jornalistas da Síria, do Líbano e da Palestina não são defendidos pela mídia empresa do Ocidente. Apesar de terem dado a própria vida para cobrir a notícia e trazer a verdade para o público, sedento pela verdadeira informação, estes repórteres, jornalistas e cenografistas não são noticiados, a sua morte não é citada ou valorizada. Calar ao verdadeiro jornalista, ameaça-lo, caça-lo como se fora um assassino, esta tem sido a prática do Ocidente e seus comparsas,somado ao silencio total da verdade sobre as atrocidades cometidas por países como a Turquia e seus aliados do Golfo. . .

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