Acordo entre governo do RS e empresa de armas israelense pode ser cancelado 1

Share Button
 Jornalismo B – Alexandre Haubrich
DSCF00091

O acordo entre o governo do estado do Rio Grande do Sul e a AEL, subsidiária da israelense Elbit, tem boas chances de ser cancelado, de acordo com fontes de dentro do governo consultadas pelo Jornalismo B.

A Elbit Systems é uma das principais empresas de armas de Israel, e foi a responsável pela construção do muro na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel. Prejudicado pela perda de um edital no valor de R$ 2,4 bilhões da Finep, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e pela pressão social após os ataques israelenses à Faixa de Gaza, o acordo poderá ser enterrado nas próximas semanas.

O Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, com o Embaixador do Estado da Palestina, Ibrahim Alzeben. Brasília-07/08/2014.

O Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, com o Embaixador do Estado da Palestina, Ibrahim Alzeben. Brasília-07/08/2014.

Segundo as fontes consultadas pelo Jornalismo B, o acordo entre o governo gaúcho e a AEL havia nascido de um objetivo concreto, a disputa do edital da Finep chamado “Inova Aerodefesa”. Como não houve a conquista do edital, cujo resultado saiu ainda no ano passado – sem grande divulgação para não atrapalhar um possível avanço do acordo – o que sobra é a questão política. Com a atual ofensiva israelense em Gaza, a pressão de lado a lado aumentou.
O acordo dava conta da construção de um polo de pesquisas aeroespacial, em uma parceria que incluía também universidades gaúchas. O programa aeroespacial gaúcho tem outros projetos, inclusive com a Universidade Federal de Santa Maria, o que não tornaria necessário insistir em um acordo que pode ser prejudicial politicamente e trazer pouca vantagem econômica. A gravidade dos acontecimentos na Palestina e a pressão da comunidade palestina e de movimentos de solidariedade fortaleceram a tese de cancelar o acordo.

Enquanto isso, em reunião realizada na tarde desta quinta-feira entre o governador Tarso Genro e o embaixador palestino Ibrahim Al Zeben, ficou definido que o governo iniciará uma campanha de solidariedade aos refugiados com coleta de alimentos, remédios e recursos para a reconstrução de Gaza.

Governador Tarso Genro declarado “persona non grata” por entidade israelita do RS

Lucas Azevedo
Do UOL, em Porto Alegre

 

Irritada com o que identificou como “desprezo e total desconsideração com a nossa comunidade” em razão de demonstrar posicionamento pró-Palestina, uma entidade israelita gaúcha declarou o governador Tarso Genro (PT), cuja mãe era judia, persona non grata em sua sinagoga. A decisão, tomada pela diretoria da Sibra (Sociedade Israelense Brasileira Cultura Beneficência), foi comunicada por e-mail à presidência da Firs (Federação Israelita do Rio Grande do Sul) no último dia 5 de agosto.

Com isso, Tarso não será convidado, muito menos recebido, nos eventos e festividades da comunidade judaica que ocorrerem até o fim deste ano nas dependências da Sibra.

A reportagem do UOL recebeu uma cópia do texto assinado pelo presidente da entidade, Sérgio Caraver, endereçado ao presidente da Firgs, Mario Cardoni. Seu conteúdo, inclusive, foi publicado no Facebook de forma pública pelo perfil da Sibra com o título “Posicionamento da Sibra [carta remetida a Firs]”.

Procurado, o remetente se negou a comentar o assunto. Por telefone, Caraver foi veemente: “Não tenho que dar satisfação para ninguém. O que posto no Facebook não diz respeito ao UOL“.  E afirmou que qualquer pergunta deveria ser enviada de maneira oficial para ser apreciada pelos seus advogados antes de respondida.

Na semana passada, o governo gaúcho definiu algumas ações conjuntas com a Embaixada da Palestina no Brasil para ajudar as famílias da Faixa de Gaza que tiveram perdas materiais e humanas nos bombardeios. Arrecadação de alimentos, remédios e preparação de equipes de saúde foram algumas das ações conjuntas definidas.

Além de Tarso e do embaixador palestino Ibrahim Al Zeben, outros nove embaixadores da Liga Árabe, entre eles o do Egito, Argélia, Iraque e Mauritânia, participaram do encontro na sede da Embaixada da Palestina, em Brasília.

“O RS tem o mesmo apreço pelas comunidades palestina e judaica e suas presenças culturais e afetivas são totalmente integradas na vida do nosso Estado. Na missão que realizamos no ano passado, recebemos a solicitação da Autoridade Palestina e de representantes do Governo de Israel para não permitir que os conflitos em Gaza contaminem o convívio dos povos no nosso Estado. Vamos aproveitar essa convivência harmônica para convocar todas comunidades, a alemã, italiana, portuguesa, árabe, judaica, japonesa, todas elas, para participar desta campanha humanitária”, afirmou o governador.

Matéria completa do UOL, aqui.

Share Button

Um comentário sobre “Acordo entre governo do RS e empresa de armas israelense pode ser cancelado

  1. Responder MARILDA PEREIRA DA SILVA ago 21,2014 3:17

    NÃO A ELBIT, NÃO A TECNOLOGIAS DE GUERRA.

Deixar um comentário

  

  

  

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.